postado em 27/09/2019 04:13
O escândalo que tirou da gaveta a palavra impeachment pode respingar também na pré-candidatura de Joe Biden à Casa Branca pelo Partido Democrata. As denúncias de abuso de poder e tentativa de obstrução de Justiça feita contra o presidente têm origem na sua intervenção pessoal para que a Ucrânia investigasse ações de Biden para supostamente proteger o filho Hunter Biden, 49 anos, advogado da empresa ucraniana Burisma, grande produtora de gás.
Hunter ingressou no conselho de administração da empresa em abril de 2014, quando o pai era o vice de Barack Obama. Na ocasião, o Reino Unido tinha bloqueado 23 milhões de euros de contas do dono da Burisma, o controverso magnata Mykola Zlochevski, cujos negócios dispararam quando decidiu ingressar na política. Como deputado e ministro, ele era ligado ao presidente pró-russo Viktor Yanukovich, deposto em fevereiro do mesmo ano por um levante popular pró-europeu.
O novo governo de Kiev iniciou uma onda de investigações sobre corrupção, conduzidas pelo procurador-geral Viktor Shokin. Trump e seu advogado, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, afirmam que Joe Biden teria pedido a destituição de Shokin, criticado pelo desempenho nos inquéritos, como recurso para preservar o filho. O afastamento do procurador-geral da Ucrânia foi defendido na época também pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que o acusaram de acobertar irregularidades e sabotar as reformas anticorrupção.
Uma fonte ocidental em Kiev, ouvida pela agência de notícias France-Presse, admitiu que a contratação de Junter Biden pela Burisma, em 2014, provocou alguma suspresa, por conta da má fama da empresa. ;Acredito que a principal razão de trazê-lo era melhorar a reputação; da companhia, disse. ;Um salário mensal de US$ 50 mil é o preço que se paga por um bom nome.;