Mundo

Descoberta megafusão de galáxias antigas

postado em 27/09/2019 04:13
O Telescópio Subaru, no Havaí, foi usado na detecção da grande estrutura a 13 bilhões de ano-luz da Terra
Um grupo de cientistas internacionais, incluindo um pesquisador do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, descobriu um protoaglomerado de galáxias a 13 bilhões de anos-luz da Terra, chamado z66OD. O agrupamento é composto por 12 galáxias, descritas pelos cientistas como as mais distantes já encontradas. A descoberta poderá ajudar a entender melhor a história da origem do Universo.

;Essas estruturas são as maiores do Universo, e sua origem é algo que sempre foi buscada por nós;, conta ao Correio Roderik Overzier, pesquisador associado do Observatório Nacional e integrante da pesquisa. ;Esses objetos contêm muitas galáxias em uma pequena região, o que significa que podemos observar um grande número de galáxias raras ao mesmo tempo, o que vai acelerar enormemente a nossa compreensão do Universo primitivo;, complementa.

Overzier conta que, no trabalho, a equipe usou uma série de aparelhos de observação avançada. Inicialmente, o z66OD foi descoberto em um local em que as galáxias estavam 15 vezes mais concentradas do que é esperado. Em seguida, a equipe realizou observações espectroscópicas usando dois telescópios ; Keck e Gemini ; e confirmaram as 12 galáxias no mesmo local, a 13 bilhões de anos-luz da Terra.

Segundo a equipe, a descoberta da megafusão de galáxias mostra como essas grandes estruturas já existiam em uma época em que o Universo era bastante jovem, com apenas 800 milhões de anos (6% da idade atual). ;Para saber quando um protoaglomerado se forma, precisamos voltar no tempo, olhando mais fundo no espaço. No entanto, os protoaglomerados são sistemas raros e difíceis de encontrar;, afirma, em comunicado, Yuichi Harikane, pesquisador do Observatório Astronômico Nacional do Japão e um dos autores do estudo. ;Para superar esse problema, usamos a nova câmera HyperSuprime-Cam, no Telescópio Subaru, e investigamos uma grande área do céu para fazer um mapa enorme do universo que incluía o raro protoaglomerado;, complementa.

A equipe aposta que o lançamento de aparelhos ainda mais avançados permitirá que eles cheguem a novas informações. ;Esses protoaglomerados mais distantes serão alvos excelentes para observações com a nova geração de telescópios, como o James Webb, o Giant Magellan Telescope e o Extremely Large Telescope. Esses dados vão nos permitir avançar rapidamente em nossas investigações;, diz Overzier.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação