postado em 01/10/2019 04:11
O impasse em torno do Brexit ; o processo pelo qual o Reino Unido deve sar da União Europeia (UE) ;, escalado como tema central na conferência anual do Partido Conservador, corria o risco de ser ofuscado pelos desdobramentos de uma denúncia de assédio sexual contra o primeiro-ministro Boris Johnson. Enquanto o ministro das Finanças, Sajid Javid, anunciava ;uma resposta significativa de política econômica; na hipótese de o rompimento se consumar sem acordo, no próximo dia 31, delegados debatiam as acusações feitas na edição dominical do jornal The Times por uma jornalista que sustenta ter sido ;indevidamente tocada; pelo premiê, em 1999, quando ele tinha se tornado editor do seman[ario direitista The Spectator.
;Por baixo da mesa, sinto a mão de Johnson na minha coxa. Ele a está apertando. Sua mão está no topo da minha perna e ele tem carne suficiente sob os dedos para que eu me levante de repente;, relata Charlotte Edwards, na época uma jovem repórter, em artigo escrito por ocasião dos dois anos do movimento #MeToo, que libertou a palavra de mulheres vítimas de assédio ou agressão sexual. O relato se refere a um almoço na redação do Spectator. A autora afirma que conversou com uma colega que estava também sentada ao lado do hoje premiê, na mesma ocasião, e teria ouvido dela uma confissão semelhante: ;Ele fez o mesmo comigo!”
;A acusação é falsa;, respondeu o gabinete de Johnson, em uma nota que, pelo próprio fato de ter sido publicada, foi vista no país como o reconhecimento tácito da seriedade da situação. Boris Johnson é conhecido por ter uma vida amorosa atribulada. Na reta final da disputa que lhe deu o comando do partido ; e, em consequência, a chefia do governo ;, frequentou o noticiário por conta de uma suposta briga com a atual companheira, Carrie Symonds. A políca chegou a ser chamada por vizinhos.
Enquanto dirigentes do partido e delegados à conferência dividiam-se sobre as denúncias da jornalista, o ministro das Finanças discursava para garantir que o governo ;estará pronto para enfrentar eventuais transtornos; caso o país deixe a UE, no fim do mês, sem acordo. Questionado pela emissora pública BBC sobre o impacto de um ;Brexit duro;, estimado em até 30 bilhões de libras, Said Javid respondeu que ;ninguém sabe realmente; quanto pode custar um ;divórcio litigioso;.