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Advogado sob intimação

No marco do inquérito de impeachment contra Donald Trump, seu defensor legal, Rudolph Giuliani, tem prazo até dia 15 para entregar ao Congresso os registros de comunicações mantidas com autoridades da Ucrânia

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 01/10/2019 04:11
O presidente americano reage às turbulências, se diz vítima de


O advogado pessoal do presidente Donald Trump, Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e ex-presidenciável do Partido Republicano, está sob intimação para entregar ao Congresso dos Estados Unidos, até o próximo dia 15, os registros de comunicações que manteve com altos funcionários do governo da Ucrânia a respeito dos pedidos do presidente para que fossem investigadas suspeitas de corrupção contra o ex-vice-presidente Joe Biden, possível adversário de Trump na disputa pela Casa Branca, em 2020. O requerimento, feito pelos presidentes dos comitês de Inteligência, Relações Exteriores e Supervisão da Câmara dos Deputados, é parte dos procedimentos inicais do inquérito de impeachment aberto na semana passada pela presidente da casa, a democrata Nancy Pelosi.

;Estamos transmitindo uma intimação que o obriga a apresentar os documentos citados até 15 de outubro de 2019;, diz a intimação assinada pelo deputado Adam Schiff, que preside o Comitê de Inteligência e chefia as investigações preliminares. Trump é suspeito de ter pressionado o governo de Kiev a apurar alegações de que Biden, na época em que era vice de Barack Obama, teria pedido a cabeça do então procurador-geral da Ucrânia, a quem criticava por seu desempenho no combate à corrupção. O motivo de Biden seria, porém, proteger o filho, diretor de uma grande empresa local de energia.

Em telefonema feito no fim de julho para o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, o atual presidente americano evoca o episódio e sugere que os EUA poderiam cortar programas de ajuda militar. As gravações e a transcrição da conversa, que durou cerca de meia hora, foram entregues pela Casa Branca sob requisição do Congresso, na semana passada, depois que um agente da CIA em serviço na época na mansão presidencial denunciou ter tomado conhecimento do telefonema e do conteúdo, considerado imoróprio.

De acordo com esse informante, em relatório encaminhado ao Congresso, a Presidência teria tentado restringir o acesso às gravações, armazenadas em um sistema à parte de computadores reservado para registros criptografados ; inclusive os de operações encobertas, militates ou de inteligência. O procedimento, caso seja comprovado, pode configurar uma manobra de obstrução de Justiça, crime punível com o impeachment do presidente.

Respondendo à intimação pelo Twitter, como habitual, Trump chegou a sugerir que o presidente do Comitê de Inteligência seja ;preso por traição;. ;Adam Schiff deu, ilegalmente, uma declaração FALSA e terrível, sobre minha conversa com o presidente ucraniano (...) Isso não tem nada a ver com o que eu disse. Ele deveria ser preso por traição?;, tuitou o presidente. Ele nega que sua conversa com o colega ucraniano tenha configurado qualquer ilegalidade e afirma ser vítima de ;uma caça às bruxas; movida por ;aqueles que não conseguiraqm me derrotar; nas urnas.

Às voltas com o inquérito de impeachment, Trump se viu mencionado em outra manobra de interferência externa em assuntos doméstidos dos EUA. De acordo com o jornal The New York Times, que cita funcionários da Casa Branca, ele teria pedido ao premiê da Austrália, Scott Morrison, que ajudasse o procurador-geral Bill Barr a desacreditar as denúncias de que a Rússia teria influenciado em seu favor a eleição presidencial de 2016. A reportagem afirma que o pedido teria sido feita recentemente, também durante uma conversa por telefone.

"Estamos transmitindo uma intimação que o obriga a
apresentar os documentos citados até 15 de outubro de 2019;

Adam Schiff,
presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados

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