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Manifestante é ferido a bala nos protestos do ''Dia da Dor'' em Hong Kong

Ato foi convocado para contrapor com as comemorações do 70º aniversário da fundação da República Popular da China

postado em 01/10/2019 09:42

manifestação pró-democracia em Hong KongHong Kong, China ; Um manifestante de Hong Kong foi ferido por um tiro, nesta terça-feira (1;/10), em Hong Kong, durante uma manifestação pró-democracia por ocasião do "Dia da Dor", convocado para contrapor com as comemorações do 70; aniversário da fundação da República Popular da China.

Um policial disparou com munição real contra o manifestante, que foi ferido no peito, durante confrontos entre as forças de segurança e militantes. "O policial atirou após ser atacado e atingiu uma pessoa no peito (...)", afirmou uma fonte policial que pediu anonimato.

O ferido foi atendido no local e levado para um hospital, onde 15 outras pessoas foram tratadas por ferimentos. Uma delas está em estado grave, informou uma porta-voz do hospital, que não especificou se era o manifestante ferido por bala.

Hong Kong, região do sul da China, vive sua mais grave crise política desde sua retrocessão a Pequim, em 1997. Nos últimos quatro meses, a ex-colônia britânica foi palco de manifestações quase diárias para exigir reformas democráticas e denunciar a crescente interferência de Pequim.

Os manifestantes também denunciam a violação, segundo eles, do princípio de "um país, dois sistemas", que lhes concede liberdades desconhecidas no resto da China continental e que foram acordadas no momento da devolução.

Nesta terça-feira, enquanto a China comemorava o 70; aniversário da criação da República Popular, proclamada pelos comunistas em 1949, o movimento pró-democracia convocou em Hong Kong novas manifestações para expressar sua rejeição ao regime chinês. Este "Dia da dor" foi organizado essencialmente através das redes sociais.

Ovos contra o presidente

Os manifestantes de Hong Kong dirigiram-se ao escritório de representação da China em Hong Kong, que geralmente é alvo dos protestos. Em seguida, jogaram ovos contra um retrato do presidente chinês Xi Jinping e arrancaram cartazes comemorando o 70; aniversário do regime comunista.

Após os violentos confrontos registrados no domingo, as autoridades se colocaram em alerta desde o início do dia para impedir que os manifestantes perturbassem as comemorações, com revistas de transeuntes e uma dúzia de estações de metrô fechadas.

Apesar da proibição de manifestação pelas autoridades e avisos à população para evitar "reuniões ilegais", os manifestantes se reuniram na parte da tarde em Causeway Bay. Este distrito comercial tornou-se palco de confrontos entre a polícia e grupos de manifestantes radicais.

Em frente aos muitos shopping centers e lojas fechadas, os manifestantes gritavam: "Vamos apoiar Hong Kong, vamos lutar pela liberdade". Também houve manifestações menores no bairro de Wanchai e em frente ao consulado britânico, bem como nas zonas de Sha Tin e Tsuen Wan.

Enquanto isso, a cerimônia para içar a bandeira na ex-colônia ilustrou a insegurança política e a relutância das autoridades pró-Pequim de Hong Kong em aparecer em público nos últimos meses.

Autoridades locais participaram do evento, mas a portas fechadas no centro de congressos. Desde que Hong Kong voltou à soberania chinesa, essa cerimônia sempre foi realizada no exterior, mesmo sob fortes chuvas.

Matthew Cheung, adjunto da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, elogiou em um discurso o desenvolvimento da China nesses 70 anos, mas depois admitiu que as autoridades do território semi-autônomo estavam cientes da necessidade de uma "nova reflexão para tentar resolver problemas profundamente enraizados" em Hong Kong.

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