postado em 04/10/2019 04:14
Um funcionário da polícia de Paris invadiu o quartel-general da corporação e matou a facadas quatro agentes, antes de ser abatido com um tiro na cabeça. ;Lamentamos a morte de quatro pessoas, três homens e uma mulher. Três funcionários policiais e um agente administrativo;, declarou à imprensa o procurador de Paris, Remi Heitz. Uma quinta vítima foi hospitalizada em estado muito grave. O autor do ataque era um homem de 45 anos, informou. De acordo com testemunhas e diversas fontes, o agressor trabalhava na Direção de Inteligência da sede da polícia há cerca de 20 anos e sofria de surdez.
Uma fonte próxima ao caso disse à agência France-Presse que o agressor, nascido nas Antilhas francesas, se converteu ao islã há 18 meses. No entanto, as autoridades parisienses abriram uma investigação por ;homicídios voluntários;, sem intervenção da promotoria antiterrorista. ;Jamais demonstrou dificuldades de comportamento;, destacou o ministro do Interior, Christophe Castaner, que adiou uma viagem à Turquia e Grécia por causa da tragédia.
O presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou o ocorrido ao chegar ao local do ataque acompanhado por Castaner. A mulher do agressor foi detida como parte das investigações, e a casa da família foi revistada, informou a Procuradoria. Inédito na história da polícia francesa, o ataque ocoreu no início da tarde dentro do quartel-general da corporação, localizado no centro histórico da capital, perto da Catedral de Notre-Dame.
O criminoso utilizou uma faca de cozinha para atacar primeiro três pessoas que se encontravam no setor onde trabalhava. Em seguida, foi para um andar inferior e esfaqueou mais duas pessoas, uma delas encontra-se em estado grave. Ao chegar ao pátio interno do edifício, um policial lhe deu voz de prisão e em seguida o abateu com um tiro na cabeça. ;As pessoas corriam, gritando;, declarou Emery Siamandi, um intérprete que estava no prédio no momento da ocorrência. ;Ouvi um disparo. Momentos depois, vi a polícia gritando, em pânico;, completou. O agressor era ;um funcionário modelo, sem histórias;, com ;mais de 20 anos de carreira; na sede da polícia, afirmou o delegado do sindicato.
Desde 2015, a França foi palco de vários ataques atribuídos a grupos jihadistas, que incluíram atentados sincronizados e agressões isoladas com arma branca. No total, 251 pessoas perderam a vida nesses ataques, e o país ainda se encontra em estado de alerta. ;Ver um colega atacando outros colegas, isso é algo incrível para um policial;, comentou outro funcionário do sindicato, Denis Jacob. Na opinião dele, o ataque de ontem seria um sinal da ;ruptura do vínculo entre nós; e da ;desumanização da instituição;.