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Em Cuba, Medvedev defende Maduro

postado em 05/10/2019 04:14
No segundo e último dia de viagem a Havana, o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, fez um discurso de agradecimento no qual denunciou as ;sanções unilaterais; aplicadas pelo governo de Donald Trump ;contra Cuba, Venezuela e Nicarágua;, países classificados pelos Estados Unidos como a ;troika da tirania;. Segundo homem mais poderoso da Rússia, o premiê defendeu o diálogo para solucionar a crise política e econômica enfrentada por Caracas. ;Existe apenas um presidente eleito na Venezuela e é Nicolás Maduro;, assinalou Medvedev na Universidade de Havana, que lhe deu o título honoris causa em ciência política.

Com um pacote de sanções, Washington lidera a pressão internacional para tirar Maduro do poder, e que assuma o Palácio de Miraflores o líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente pela Casa Branca e por mais de 50 países, inclusive as potências europeias. ;Somente os próprios venezuelanos podem superar suas diferenças por meio do diálogo;, assinalou o primeiro-ministro russo.

Medevedev insistiu no interesse de Moscou em continuar desenvolvendo suas relações com a América Latina, uma região que, destacou, ;não é um quintal para a Rússia, como é para os Estados Unidos;. Na véspera, ele se reuniu com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e com o primeiro secretário do governo e único Partido Comunista, Raúl Castro.

No encontro, disse que a cooperação com Havana tem um ;papel especial; em seu país. ;Cuba é nosso parceiro e aliado de confiança;, assinalou. Díaz-Canel anunciou que irá a Moscou no fim do mês se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin.

A visita de Medvedev a Havana ocorreu em um momento crítico para a ilha, que enfrenta uma escassez significativa de combustível após as sanções de Washington contra navios que transportam petróleo da Venezuela, principal fornecedor de petróleo bruto para os cubanos. Os Estados Unidos, que aplicam um embargo contra Havana desde 1962, acusam o governo de Díaz-Canel de apoiar militarmente o governo venezuelano de Nicolás Maduro.
;É evidente o desejo (de Washington) de criar uma atmosfera tóxica ao redor da cooperação com a ilha, de assustar investidores e de criar uma forma de bloqueio energético;, afirmou Medvedev, acrescentando: ;A Rússia se opõe categoricamente ao bloqueio;.

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