Mundo

Justiça ouve ex-presidente colombiano

postado em 09/10/2019 04:14
Adversários protestam contra Álvaro Uribe diante da Suprema Corte
Partidários e adversários do ex-presidente e senador Álvaro Uribe, um dos políticos mais populares e controversos da Colômbia, trocaram insultos e foram apartados pela polícia diante do Palácio da Justiça, em Bogotá, onde ele prestou depoimento à Suprema Corte em um processo que pode levá-lo a julgamento por manipulação de testemunhas. Os crimes dos quais Uribe é suspeito ; suborno e fraude processual ; são puníveis com oito anos de prisão.

O primeiro ex-presidente a comparecer para depoimento na máxima instância da Justiça chegou ao tribunal com escolta, com a entrada do Palácio da Justiça bloqueada pelos grupos opostos de manifestantes. Simpatizantes de Uribe, que lidera o principal partido colombiano e é o mentor político do atual presidente, Iván Duque, tinham promovido marchas em apoio ao atual senador nas principais cidades do país, no fim de semana. A maior ocorreu em Medellín, capital do departamento (estado) de Antióquia, do qual Uribe foi governador antes de chegar à Presidência, em 2002.

A portas fechadas, o ex-presidente respondeu aos juízes que decidirão se ele será formalmente acusado ou arquivam a denúncia. Caso decidam levá-lo a julgamento, os magistrados poderão também determinar a prisão preventiva, se entenderem que existe risco de fuga ou de interferência no processo. A decisão não deverá ser conhecida antes de alguns dias. ;O tribunal analisa as evidências com ponderação, com equanimidade, com o princípio da equidade e com a presunção de inocência daquele grande patriota que é Álvaro Uribe;, afirmou José Vicente Ángel.

;Não há nenhuma palavra minha que viole a lei;, defendeu-se o ex-presidente, em declarações feitas à imprensa antes de entrar na corte. ;Resumo Álvaro Uribe Vélez em uma palavra: honra;, reforçou o presidente Iván Duque. Nos dois mandatos como chefe de Estado, entre 2000 e 2008, Uribe, hoje com 67 anos, adotou uma política de guerra total contra a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O grupo assinou em 2016 um acordo de paz com o sucessor, Juan Manuel Santos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação