postado em 10/10/2019 04:23
Os inventores da bateria de lítio ;criaram um mundo recarregável;, celebrou Olof Ramstr;m, membro do Comitê Nobel, apontando que dela depende a autonomia dos objetos eletrônicos. Em comparação com as de chumbo, ou de níquel-hidreto metálico, as de lítio geram mais energia, são mais leves e duram mais tempo. ;São as baterias mais potentes que já existiram;, resume Patrice Simon, da Rede de Armazenamento Eletroquímico de Energia do centro de pesquisa francês CNRS.;O aumento de energia é fenomenal em relação ao que se fazia há 40 anos. Em um volume dado, pode-se armazenar uma quantidade de energia de quatro a cinco vezes maior;, acrescenta Patrick Bernard, diretor de pesquisa da Saft, especialista em aplicações do armazenamento de energia.
Uma bateria de lítio é constituída, em seu eletrodo positivo, por lítio, cobalto e oxigênio e, em seu eletrodo negativo, por grafite. Entre os dois, há o líquido, pelo qual o lítio circula. ;Esse movimento do lítio é gerado com o movimento de elétrons e permite armazenar ou liberar a energia;, explica Laurence Croguennec, do Instituto de Matéria Condensada de Bordeaux, na França.
;Até o momento, a bateria de lítio não tem rival e será usada durante décadas, talvez séculos;, acredita Jean-Marie Tarascon, químico e professor do Coll;ge de France. Graças à sua grande capacidade de armazenamento, essa tecnologia contribui para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. ;Amanhã, em menos de cinco anos, poderemos deixar as centrais de carbono, de gás, combinando (a energia) solar, ou eólica, com o armazenamento;, prevê Patrick Bernard.
No setor de transportes, ela já é usada em ônibus elétricos chineses. Algumas tranvias também já pensam em adotar a bateria de lítio em trens para substituir o diesel, caso da francesa Bombardier, que colocou o primeiro veículo do tipo em testes no ano passado.