postado em 16/10/2019 04:16
O governo socialista do primeiro-ministro interino Pedro Sánchez acusou ;uma minoria; de tentar ;impor a violência generalizada; nas ruas de Barcelona, que viveu ontem a segunda noite de distúrbios em protestos pela condenação a longas penas de prisão dos dirigentes do movimento pela independência da Catalunha. ;É evidente que não estamos diante de um movimento popular pacífico, e sim de algo coordenado por grupos que utilizam a violência nas ruas para romper a convivência;, diz a nota divulgada em Madri, em resposta a cenas de confronto entre manifestantes e as forças de segurança, com barricadas em chamas nas ruas da capital regional e de outras cidades.
;Uma minoria está querendo impor a violência nas ruas das cidades catalãs, especialmente Barcelona, Tarragona, Girona e Lleida, (onde) grupos violentos atacaram as sedes do governo e estão provocando destruição e atos de vandalismo;, afirma o texto. Embora prometendo ;firmeza, proporcionalidade e unidade;, o governo de Madri prometeu tomar medidas para ;garantir a segurança e a convivência na Catalunha;. Os protestos irromperam na segunda-feira, depois que o Tribunal Supremo da Espanha condenou 12 líderes separatistas ligados a um referendo que decidiu pela independência, em 2017, embora tenha sido declarado ilegal pela Justiça espanhola. Nove dos réus receberam sentenças entre nove e 13 anos de prisão.
Em Barcelona, a segunda noite de manifestações reuniu 40 mil pessoas diante da sede do governo catalão. Entre elas estavam jovens com o rosto encoberto por máscaras e lenços, que responderam ao avanço da polícia atirando pedras e garrafas e disparando sinalizadores. Depois, acenderam fogueiras usadas como barricadas para conter o avanço dos ;mossos d;esquadra;, como é chamada a força de segurança da Catalunha. A emissora de TV regional exibiu também cenas de confronto entre a polícia e separatistas que protestavam em Tarragona, 100km a sudoeste da capital catalã. Manifestantes chegaram a bloquear ferrovias e estradas, entre elas a que liga Espanha à França e a que leva a Madri.
;Não há como parar a mobilização, ela vai continuar;, afirmou Javier Martínez, bancário de 60 anos presente ao protesto em Barcelona. ;É necessário forçar para que se tenha diálogo e para que o Estado venha conversar;, acrescentou. ;Agora mesmo, não vejo como possível um referendo, mas temos de ir às ruas para que isso possa ocorrer;, completou Gemma Gelpí, também diante do governo regional.
Greve geral
Novas manifestações estão marcadas para hoje em toda a Catalunha, como preparativo para uma grande marcha prevista para sexta-feira, coincidindo com a convocação de uma greve geral na região. O novo comando político do movimento pró-independência vê na resposta à condenação dos líderes do referendo de 2017 o início de ;uma nova etapa;, como definiu o presidente do parlamento catalão, o separatista Roger Torrent. ;Esse novo ciclo político está dirigido a criar condições para que seja inaveitável que o Estado (espanhol) procure tornar crônico o conflito;, explicou. O objetivo, segundo Torrent, é deixar o governo de Madri ;sem opção senão a de se sentar à mesa de diálogo;.
"É evidente que não estamos diante de um movimento popular pacífico, e sim de algo coordenado por grupos que utilizam a violência nas ruas;
Comunicado do governo espanhol