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Técnica evita perda óssea e regenera tecido danificado

Correio Braziliense
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postado em 22/10/2019 04:15
Os medicamentos prescritos para pacientes com osteoporose ajudam na reversão do degradamento ósseo, não há, porém, a possibilidade de reconstituir o que foi perdido. Um grupo de cientistas dos Estados Unidos trabalha para vencer essa limitação. Eles descobriram que, quando ativada, a adenosina, substância produzida pelo corpo humano, pode ter os dois efeitos: evitar mais perda óssea e regenerar partes fraturadas. Detalhes do trabalho foram apresentados na revista Science Advances.

Os resultados foram obtidos em camundongos. Fêmeas tiveram os ovários retirados para simular os efeitos da osteoporose pós-menopausa. Em seguida, os pesquisadores observaram os níveis de expressão de duas enzimas que ajudam a produzir adenosina, além dos níveis de adenosina viajando entre as células. A equipe identificou que a falta de estrogênio diminuiu significantemente os níveis das enzimas e da adenosina.

Por outro lado, as injeções para aumentar os níveis de adenosina nos camundongos reverteram os efeitos da doença. ;Os ratos que receberam a droga ficaram completamente curados. Os ossos eram tão saudáveis quanto os do outro grupo, sem osteoporose;, afirma, em comunicado, Shyni Varghese, pesquisadora da Universidade de Duke e participante do estudo.

Limitação
Júlio Santos de Vasconcellos, coordenador técnico de Ortopedia no Hospital Santa Helena, em Brasília, indica uma possível limitação da abordagem. ;Pelo que é descrito, a desvantagem ainda é a dificuldade de se ter uma seletividade da ação da adenosina exclusivamente para a formação óssea, uma vez que ela também age em outros tecidos;, ressalta o médico.

Os autores do estudo fazem a mesma ponderação. Segundo eles, a preexistência da adenosina no organismo impossibilita que ela seja apenas inserida na corrente sanguínea. Isso poderia causar um desnivelamento de outros sistemas do corpo que a utilizam, como a modulação de neurônios e a regulação do fluxo sanguíneo para vários órgãos.

A equipe trabalha, agora, na busca por formas de entregar ativadores aos ossos sem inundar outras áreas do corpo. Uma das possibilidades é criar uma espécie de atadura que forneça diretamente aos ossos danificados ou quebrados drogas de apoio ao crescimento.

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