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Premiê joga a toalha

postado em 23/10/2019 04:28
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O primeiro-ministro Boris Johnson desistiu ontem de continuar tentando a aprovação do parlamento para o acordo que negociou para o Brexit ; a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) ; e aceitou como inevitável o adiamento do ;divórcio;, marcado para se consumar no próximo dia 31. Depois de ter assumido o cargo, no fim de julho, com a bandeira de concluir o processo na data prevista, Johnson sofreu nova derrota na Câmara dos Comuns e sinaliza que optará pela convocação de eleições antecipadas.

A movimentação em Londres teve resposta imediata em Bruxelas, que abriga a sede do bloco continental. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, postou mensagem no Twitter informando que decidiu ;recomendar aos líderes dos 27 países-membros que aceitem a solicitação britânica de um novo adiamento da data de saída;. O pedido formal foi enviado à UE no sábado pelo governo britânico, em obediência a uma determinação do parlamento ; mas a carta formal não teve a assinatura de Johnson.

Em seu tuíte, Tusk sugeriu que a decisão seja tomada pelos chefes de Estado e de governo ;por escrito;, sem a convocação de nova reunião dos governantes. O adiamento precisa ser aprovado por unanimidade, e o presidente do Conselho Europeu deixou clara sua oposição a uma separação ;litigiosa;, de consequências econômicas temidas por ambas as partes. ;Um Brexit sem acordo nunca será uma decisão nossa;, escreveu.

O primeiro-ministro tinha começado o dia com um ultimato aos deputados para que aprovassem o cronograma proposto por ela para a votação da legislação complementar ao acordo negociado com Bruxelas. No sábado, em sessão extraordinária, a Câmara dos Comuns impôs derrota a Johnson com a decisão de condicionar a apreciação do texto à aprovação prévia das medidas necessárias à implementação. Na segunda-feira, o chefe do Legislativo, John Bercow, vetou uma tentativa do premiê para colocar o texto principal do acordo em votação direta ; em que os deputados responderiam ;sim; ou ;não;.

O cronograma proposto ontem ao parlamento determinava o prazo de três dias para o exame das leis complementares, mas foi rejeitado por 322 votos contra 308, embora os deputados tivessem anteriormente dado aprovação preliminar ao texto principal. ;Se aprovarmos esse acordo e a legislação que o possibilita, podemos virar a página e permitir que este parlamento e este país comecem a se curar; dizia a mensagem de Johnson, em referência às divisões abertas pela aprovação do Brexit, no referendo de 2016. ;Se o parlamento se negar a permitir que o Brexit ocorra, o projeto de lei (do acordo) terá de ser retirado e teremos de avançar para eleições gerais.;

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