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Novo gabinete para enfrentar demandas

Um dia depois de marcha histórica, Piñera pede que ministros deixem os cargos. Ele prometeu uma agenda social "exigente e profunda" aos chilenos

postado em 27/10/2019 04:16
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Na pior crise enfrentada pelo Chile desde a redemocratização, na década de 1990, o presidente Sebástian Piñera pediu que os ministros colocassem os cargos à disposição, em uma tentativa de atender às crescentes demandas populacionais. Na sexta-feira, mais de um milhão de pessoas de diferentes posicionamentos políticos voltaram às ruas, fazendo com que o mandatário admitisse, pelo Twitter: ;Todos nós ouvimos a mensagem;.

;Estamos em uma nova realidade, o Chile é diferente do que tínhamos há uma semana;, afirmou Piñeira, em uma mensagem à nação, direto do Palácio de La Moneda. ;Pedi para todos os ministros colocarem seus cargos à disposição para poder estruturar um novo gabinete e enfrentar essas novas demandas.; Um dos mais rejeitados pela opinião pública é Andrés Chadwick, do Ministério do Interior e da Segurança. Primo do presidente, ele é questionado pela truculência com a qual os manifestantes têm sido abordados nas manifestações ; 19 pessoas morreram desde o início dos protestos, incluindo uma criança de 4 anos ;, objeto de inspeção do Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas que começará na próxima semana.

Piñera também afirmou que conversava com as Forças Armadas para encerrar o estado de emergência a partir de hoje, ;de forma a contribuir para a normalização que os chilenos tanto querem e merecem;. Ontem, os toques de recolher, que vigoravam há uma semana, foram suspensos. O presidente destacou que os preços dos serviços básicos, como água e eletricidade, serão estabilizados.

Agenda social
;Propusemos ao Congresso uma exigente e profunda agenda social, que inclui demandas e avanços com a maior urgência e a vontade de melhorar as pensões de nossos idosos, a renda de nossos trabalhadores, a estabilização do preço dos serviços básicos, como eletricidade, água e transporte público;, prometeu Piñera. Em 8 de outubro, quando foi anunciada a alta da tarifa de metrô nos horários de pico, o ministro chileno da Economia, Juan Andrés Fontaine, despertou a fúria dos chilenos e precisou se desculpar em seguida.

Senador do PPD, de oposição a Piñera, Guido Girardi afirmou ao jornal chileno La Nación que o presidente acertou ao pedir os cargos aos ministros. ;É o que devia fazer, esse Gabinete já estava desgastado. Deve ter um Gabinete com ideias novas, com mudanças;, afirmou, defendendo, também, que se convoque uma nova Assembleia Constituinte. Do partido de centro-direita Evópoli, o ex-ministro de Artes e Cultura do governo atual Luciano Cruz Coke também comentou as declarações do presidente. ;A marcha de anteontem (sexta-feira) foi uma mensagem geral para todos. Temos de fazer um mea-culpa generalizado, toda a classe política.;


Denúncia de
manipulação


A edição impressa do jornal El Diario, da capital boliviana, afirmou que um grupo de engenheiros da Universidade Maior de San Andrés (UMSA) encontrou ;mais de uma dezena de provas; de que os resultados das eleições foram manipulados para favorecer o presidente eleito Evo Morales em primeiro turno. De acordo com a reportagem, ao menos 3% dos votos foram alterados de diversas formas. ;Foram reduzidos os votos para a Comunidade Cidadã (de Carlos Mesa) em favor do candidato do oficialismo (Evo Morales);, afirma o texto, citando o engenheiro Édgar Villegas, que comparou as atas eleitorais do Trep ; sistema de transmissão rápida dos resultados preliminares ; às do cômputo geral.

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