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No Uruguai, segundo turno é certeza

postado em 28/10/2019 04:06
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Além de eleger presidente e Parlamento, os uruguaios foram às urnas ontem para decidir sobre a reforma constitucional que promove a criação de uma guarda nacional que levaria 2 mil militares às ruas para ações de segurança. Embora não seja apoiada por nenhum dos 11 candidatos à Presidência e tenha sido alvo de uma forte campanha contrária por parte de movimentos sociais, sindicatos e a governista Frente Ampla, segundo pesquisas de opinião, entre 39% e 53% dos cidadãos são favoráveis à proposta.

Outrora considerado um oásis de paz em uma região turbulenta, o Uruguai viu suas estatísticas de segurança se degradarem nos últimos anos. O país registrou em recorde no número de homicídios em 2018. Foram 414 crimes, uma alta de 45% em relação a 2017. Além da guarda nacional com militares em funções policiais, a reforma prevê o estabelecimento da pena de prisão perpétua revisável para 30 anos por crimes graves, sentenças de prisão mais duras para homicídios e estupros e autorização de buscas noturnas em domicílios por ordem judicial em caso de suspeita de feitos ilícitos.

As mesas de votação abriram às 8h locais para receber os 2,6 milhões de cidadãos habilitados, em um pleito que tem como favoritos para o segundo turno, em 24 de novembro, o governista ex-prefeito de Montevidéu Daniel Martínez, com 40% das intenções de voto, e o ex-senador de centro-direita Luis Lacalle Pou, com 28%.

Democracia
Em um contexto regional agitado, com protestos enormes no Chile em demanda de melhorias econômicas e eleições questionadas por observadores internacionais na Bolívia, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, destacou a solidez institucional de seu país. ;Os uruguaios têm grande adesão ao sistema democrático;, declarou Vázquez, da Frente Ampla, que encerra o mandato em 1; de março. Antes de votar, também falou sobre o câncer de pulmão que está tratando: ;Tenho esperança e desejo entregar a faixa presidencial ao meu sucessor;, disse.

Enquanto Martínez, um engenheiro de 62 anos, propõe a continuidade das políticas da Frente Ampla, que governa desde 2005 e busca o quarto mandato, Lacalle Pou, um advogado de 46, sugere mudanças em gastos públicos, comércio e política externa.

Martínez se diz aberto em matéria comercial, mas hesita em assinar qualquer tipo de acordo de livre-comércio, principalmente se não houver salvaguardas para o desenvolvimento local de tecnologia e as compras públicas. Lacalle Pou indicou, por sua vez, que seguirá uma diplomacia comercial para abrir mercados e atrair investimentos estrangeiros que permitam aliviar o desemprego, de 9%, após as dificuldades do governo Vázquez para avançar em acordos aos quais sua força política se opõe.

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