postado em 30/10/2019 04:06
[FOTO1]Pela primeira vez desde 1923, os eleitores do Reino Unido terão de se preparar para ir às urnas em dezembro, antes do Natal, em um pleito antecipado pelo parlamento na esperança de romper o impasse em torno da saída do país da União Europeia (UE) ; o Brexit. Por 430 votos contra 20, a Câmara dos Comuns aprovou ontem a proposta do primeiro-ministro Boris Johnson, que teve apoio das principais bancadas de oposição. Prevaleceu, no fim, a data de 12 de dezembro, defendida pelo governo. O projeto deve ser ratificado ainda nesta semana pela Câmara dos Lordes, para que tenham início cinco semanas de campanha eleitoral.
;Já é hora de o país voltar a se unir e resolver o Brexit;, disse Johnson na saída de uma reunião com a bancada do Partido Conservador, pouco depois de aprovada a eleição. Em troca do apoio dos adversários trabalhistas e liberal-democratas, além dos nacionalistas escoceses, o premiê aceitou não recolocar em votação, até a renovação do Legislativo, o acordo que negociou com a UE para a separação. Na véspera, o comando do bloco continental confirmou o adiamento do Brexit para 31 de janeiro, o que abriu caminho para a convocação da eleição antecipada.
As pesquisas de opinião, até ontem, alimentavam o otimismo do chefe de governo com a perspectiva de recuperar a maioria parlamentar. Johnson aproveitou para reintegrar à bancada 12 dos 24 deputados que havia afastado por infidelidade ao governo ; e, com isso, eles poderão disputar um novo mandato pelo Partido Conservador.
O líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, que até ontem impedia a antecipação do pleito, mudou de ideia com a confirmação do adiamento do Brexit, e anunciou ;a campanha mais ambiciosa e radical por reais mudanças que este país já viu;. Depois de denunciar os efeitos de ;10 anos de austeridade econômica; com governos conservadores, Corbyn chamou os britânicos a aproveitar ;uma chance única para a atual geração de fazer frente aos interesses do grande capital;.