<div style="text-align: justify">[FOTO1]O primeiro-ministro britânico Boris Johnson se prepara para eleições "difíceis", após a votação dos deputados que aprovou a convocação de legislativas antecipadas em dezembro, em mais uma tentativa de resolver a questão do Brexit.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Após três votações contrárias, os deputados aprovaram na terça-feira (29/10), por ampla maioria a organização de eleições em 12 de dezembro para tentar solucionar a complexa questão do Brexit, que divide o país desde o referendo de 2016. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"É hora de o país se unir, aplicar o Brexit e avançar", disse Boris Johnson a um grupo de políticos conservadores. "Serão eleições difíceis e vamos fazer o melhor possível", acrescentou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O premier aspira conquistar a maioria absoluta no Parlamento, que seu atual governo não tem, e se apresenta como o grande defensor do Brexit.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em caso de vitória ampla, Johnson terá o caminho livre para aprovar o acordo de divórcio negociado com a União Europeia (UE), cuja ratificação fracassou no Parlamento, e cumprir a promessa de retirar o Reino Unido do bloco.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Apesar de sua promessa de aplicar o Brexit "aconteça o que acontecer" em 31 de outubro, o primeiro-ministro foi obrigado a solicitar um novo adiamento de três meses aos europeus.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Johnson lidera as pesquisas, com 10 pontos de vantagem, mas as eleições representam um risco. Muitos ;tories; ainda recordam quando, em 2017, a ex-primeira-ministra Theresa May era favorita, mas os conservadores perderam cadeiras.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Johnson pode perder votos entre a ala mais pró-UE de seu eleitorado, assim como no setor que deseja um Brexit duro, que poderia optar pelo novo partido de Nigel Farage. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">John Curtice, professor da universidade escocesa de Strathclyde, resume: "São eleições com duas opções, Johnson sim ou Johnson não".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Os trabalhistas, principal partido de oposição, querem vencer para negociar um novo acordo com a UE e submetê-lo a um referendo. Em caso de rejeição o Brexit seria anulado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O partido independentista escocês SNP, pró-UE, também deseja um novo referendo e espera retomar o debate da questão da independência da Escócia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O Partido Liberal-Democrata, em um bom momento nas pesquisas, promete anular diretamente o Brexit.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As eleições gerais, que em tese deveriam acontecer apenas em 2022, serão as terceiras em apenas quatro anos, após a votação antecipada de 2017, também provocada pelo Brexit, dois anos depois das eleições de 2015.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A convocação das eleições ainda depende do aval da Câmara dos Lordes nesta quarta-feira, algo considerado apenas uma formalidade. O Parlamento deve ter a dissolução anunciada em 6 de novembro.</div>