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Ativistas aguardam a renúncia de premiê

postado em 31/10/2019 04:16
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O destino do primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, estava ontem nas mãos do Parlamento, que negocia sua renúncia, enquanto manifestantes reivindicam a queda do regime após protestos que deixaram pelo menos cem mortos na última semana. Concentrados na Praça Tahrir, em Bagdá, e em várias cidades do sul, os manifestantes desafiaram o toque de recolher e alertaram que somente aceitarão a saída total do governo. Desde o início dos protestos, em 1; de outubro, 257 pessoas foram mortas.

O chefe dos paramilitares do Hachd al Shaabi no Parlamento, Hadi al Ameri, que até então apoiava Abdel Mahdi, declarou que concorda em trabalhar com o influente líder xiita Moqtada Al-Sadr, que reivindica desde o início de outubro a mudança do governo, o qual ajudou a formar há um ano. Ontem, Al-Sadr pediu que Al Ameri tome uma decisão sob pena de ;transformar o Iraque na Síria ou no Iêmen;, onde protestos contra o governo desencadearam uma guerra civil.

O iraquiano Alon Ben-Meir, professor de relações internacionais da Universidade de Nova York, afirmou ao Correio que os protestos contra o governo são motivados por frustração, raiva e corrupção, aliadas à estagnação econômica e à falta de serviços púbicos. ;Embora o Iraque possua vasta riqueza em petróleo, o país sofre com o alto desemprego e a infrestrutura em ruínas, com quedas regulares de energia que obrigam muitas pessoas a apelarem para geradores privados;, comentou.

O especialista crê que as condições socioeconômicas do Iraque precisam melhorar, e o governo tem de se tornar menos dependente do Irã, que ;desfruta de tremenda influência no país vizinho;. ;Caso contrário, as manifestações prosseguirão, e as pessoas continuarão a morrer;, advertiu Ben-Meir. Somente na última semana, foram 100 mortos.

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