Agência France-Presse
postado em 31/10/2019 08:01
[FOTO1]O Reino Unido deveria ter deixado a União Europeia nesta quinta-feira (31/10), e Boris Johnson acusou o líder da oposição trabalhista de impedi-lo de cumprir sua promessa de concretizar a saída do bloco "a qualquer custo".
As declarações do primeiro-ministro coincidem com o início da campanha eleitoral no país para as legislaturas antecipadas que serão realizadas em dezembro.
"Hoje deveria ter sido o dia em que o Brexit seria realizado e finalmente deixaríamos a UE", disse Johnson antes de visitar uma escola, um hospital e uma delegacia de polícia.
"Mas, apesar do excelente novo acordo que alcancei com a UE, Jeremy Corbyn se opôs a esse acontecimento e preferiu mais indecisão, mais adiamentos e mais incerteza para famílias e empresas", acrescentou o chefe de governo conservador em um comunicado.
Johnson chegou ao poder em julho com a promessa que o Brexit ocorreria "a qualquer custo", em 31 de outubro. Assegurou que preferia estar "morto em uma vala" a solicitar um novo adiamento.
[SAIBAMAIS]Mas foi forçado a ceder e pedir aos europeus uma nova extensão, já que o acordo de divórcio negociado com Bruxelas não passou pelo Parlamento britânico.
Por sua parte, Corbyn rejeitou as acusações do chefe de governo. "Boris Johnson passou meses prometendo que deixaríamos a UE hoje. Ele é o único responsável por isso não ser realizado", comentou no Twitter.
Os trabalhistas esperam negociar seu próprio acordo antes de submetê-lo a um referendo. "O Partido Trabalhista resolverá o Brexit dando a última palavra às pessoas dentro de seis meses, para que elas possam escolher entre um acordo de divórcio credível e permanecer dentro da UE. E nós cumpriremos o que for decidido", prometeu Corbyn.
Para sair do beco sem saída do Brexit, que paralisa o Reino Unido desde o referendo em que 52% dos britânicos votaram favoravelmente, o Parlamento britânico decidiu na terça-feira convocar eleições legislativas antecipadas em 12 de dezembro, as terceiras em quatro anos.