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Em campanha, Trump ensaia o contra-ataque

Um dia depois de a Câmara formalizar o inquérito de impeachment, o presidente faz comício no sul e desfila os bons números da economia como cabos eleitorais para 2020

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 02/11/2019 04:06
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Enfrentar o inquérito de impeachment instalado na Câmara dos Deputados passou a ser, desde ontem, o foco da campanha de Donald Trump pela reeleição, dentro de um ano. A maioria da oposição democrata aprovou com facilidade, na quinta-feira, uma resolução que formaliza o processo e define normas para as próximas etapas. No dia seguinte, o presidente acenou para fotógrafos e cinegrafistas nos jardins da Casa Branca e embarcou no helicópetro Marine One com destino ao Mississippi, no sul dos Estados Unidos, para o primeiro compromisso eleitoral desde que foi acusado de usar o cargo para pressionar a Ucrânia para investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, possível adversário nas urnas em novembro de 2020.

;Os democratas estão loucos, estão lunáticos;, disse aos repórteres ao deixar a mansão presidencial. ;Não se pode acusar um presidente que tem o melhor desempenho econômico da história da nação;, emendou. Antes, em entrevista ao jornal Washington Examiner, ele voltou a ser referir à investigação em andamento no Congresso como ;a pior caça às bruxas da história do país;, mas não se morstrou preocupado: ;Isso estimulou as minhas bases como eu nunca tinha visto antes;.

Na//////// entrevista, o magnata republicano exibiu a habitual autoconfiança, desfilou como favorito e ressaltou o bom desempenho da economia. ;Os números das pesquisas são muito, muito bons;, afirmou. ;Tenho, de longe, a economia mais forte na história de uma corrida presidencial. Temos um exército poderoso, o mais poderoso que já tivemos, em termos relativos, e que foi revitalizado. E também os melhores números de emprego que já tivemos.;

Os dados oficiais mais recentes atestam que o nível de ocupação subiram constantemente nos quase dois anos de mandato de Tump. Os 128 mil postos de trabalho abertos no mês passado, segundo o Departamento do Trabalho, superaram as expectativas dos analistas. Uma prolongada greve na gigante automobilística General Motors, a mais significativa em décadas, contribuiu para elevar ligeiramente o índice de desemprego, que passou a 3,6%, mas segue próximo às taxas mais baixas registradas desde o governo do democrata Bill Clinton, nos anos 1990.

A maioria de oposição na Câmara pode ser suficiente para fazer de Trump o terceiro presidente a ser levado a julgamento político, depois de Clinton, em 1998, e Andrew Johnson, em 1868 ; ambos absolvidos no Senado. Richard Nixon, em 1974, renunciou antes que os deputados decidissem pelo pedido de impeachment. E é nos senadores que repousa a confiança do atual mandatário: o Partido Republicano tem maioria, e para condená-lo seriam necessários os votos de dois terços.

O inquérito em andamento na Câmara espelha fielmente a divisão do país em torno da figura do presidente, segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal The Washington Post: 82% dos eleitores que se identificam como democratas aprovam o impeachment; entre os que se declaram republicanos, 82% são contra. O apoio do eleitorado governista segue firme: embora tenha caído oito pontos, em relação a setembro, a taxa de aprovação ao desempenho de Trump está em 74%.


;Não se pode acusar um presidente que tem o melhor desempenho econômico da
história da nação;

Donald Trump, presidente dos EUA


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