postado em 04/11/2019 04:15
[FOTO1]O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu desculpas ontem por não ter cumprido com a promessa de levar adiante a separação entre Reino Unido e União Europeia (UE). O chefe de governo aposta as fichas nas eleições legislativas de 12 de dezembro, nas quais espera obter a maioria. Johnson chegou ao poder em julho com a promessa de um Brexit ;a qualquer custo; no fim de outubro, e afirmou que preferia estar ;morto no fundo de uma vala; em vez de solicitar um terceiro adiamento. No entanto, Johnson foi forçado a ceder e solicitou aos europeus uma nova data até 31 de janeiro, pois o acordo de divórcio negociado por ele foi recusado pelo Parlamento do Reino Unido.
O líder conservador expressou ;profundo pesar; diante das câmeras da Sky News e defendeu seu acordo, que tem sido criticado por seu aliado americano Donald Trump e seu rival Nigel Farage, chefe do Partido do Brexit. Na quinta-feira, Trump estimou na rádio britânica LBC que o texto não permitia a conclusão de um ;acordo comercial com o Reino Unido;. ;Não desejo denegrir o presidente (americano), mas, nesse caso, comete um erro evidente. Qualquer pessoa que olhar para esse acordo pode verificar que é um acordo excelente;, respondeu Johnson.
Por sua vez, Farage pediu que Johnson abandonasse o acordo e se juntasse a ele em uma aliança em favor de um divórcio franco com a UE, algo que o primeiro-ministro rejeitou. Farage anunciou ontem que não será candidato nas próximas eleições e informou que apresentará outros nomes para enfrentar o Partido Conservador.
Trabalhistas
O principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, também pretende jogar suas cartas. Entre quarta e sexta-feira, subiu seis pontos nas pesquisas, passando para 27% nas intenções de voto, de acordo com uma pesquisa do YouGov para o The Sunday Times. Apesar disso, ainda segue muito atrás do Partido Conservador, que lidera as pesquisas, com 39% das intenções de voto.
Se retornar ao poder, o Partido Trabalhista pretende renegociar um acordo de saída da UE e submetê-lo ao voto britânico, proposta que Johnson chamou de ;louca;. O premiê alerta para o risco de adiar ainda mais o Brexit, pelo qual 52% dos britânicos votaram em 2016. Os liberais-democratas, determinados a anular o Brexit, têm 16% das intenções de voto, de acordo com o YouGov.