<div style="text-align: justify">[FOTO1]O governo chileno não tem <strong>"nada a esconder"</strong> sobre a ação das forças de segurança e investigará qualquer excesso cometido pelos agentes, em meio à crise social que varre o país, declarou o presidente Sebastián Piñera nesta quarta-feira (6/11).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Deflagrados em 18 de outubro em resposta à alta do<strong> bilhete de metrô</strong> na capital, os protestos deixaram 20 mortos e mais de 1.500 feridos. Em cinco destes óbitos, investiga-se a intervenção de agentes do Estado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Além disso, o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) apresentou 181 ações judiciais por casos de homicídio, torturas e violência sexual que teriam sido cometidos por agentes da lei.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Estabelecemos transparência total nos números, porque não temos nada a esconder", disse Piñera em um ato no Palácio La Moneda, ao ser consultado sobre a enxurrada de denúncias sobre abusos dos direitos humanos por parte das forças da ordem.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Com a mesma contundência que se punirá os <strong>manifestantes</strong> que provocaram violentos confrontos, saques e que danificaram mais de 70 estações de metrô durante os protestos, vai-se punir "qualquer excesso que tenha sido cometido, qualquer desrespeito ao protocolo do uso da força" por parte dos agentes do Estado, garantiu Piñera.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O presidente reiterou seu total apoio aos Carabineiros (Polícia) e às Forças Armadas. Nos primeiros nove dias do conflito, as tropas militares patrulharam as ruas, amparadas pelo estado de emergência decretado pelo governo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Piñera lembrou que, em nome da transparência, convidou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, a enviar uma missão ao país. Bachelet respondeu, enviando na semana passada um grupo de observadores para verificar, no terreno, o quadro atual do país que se orgulhava de ser o mais estável da região.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Acompanhado de vários de seus ministros, no Palácio La Moneda, o presidente chileno assinou um projeto de lei que subsidia os salários mais baixos, assegurando uma renda mínima de 350.000 pesos chilenos (em torno de US$ 467), no âmbito de uma agenda social que busca aplacar a crise.</div><h3 style="text-align: justify">CIDH também envia grupo de observadores</h3><div style="text-align: justify">A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo autorização para fazer uma visita ao país para acompanhar a situação dos direitos humanos, após a onda de protestos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Por solicitação de uma centena de organizações, instituições e movimentos de direitos humanos do Chile, a CIDH formalizou o pedido de anuência ao Estado para uma visita ;in loco; de observação sobre a situação geral dos Direitos Humanos, no marco dos protestos sociais", anunciou a Comissão no Twitter, nesta quarta-feira.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em 1; de novembro, o secretário-executivo da Comissão, Paulo Abrão, enviou uma carta às autoridades chilenas, depois de receber pedidos de movimentos sociais, povos indígenas, representantes de partidos políticos e congressistas, entre outros.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em 23 de outubro, a CIDH condenou o "uso excessivo da força" e pediu ao governo do Chile e às partes envolvidas que estabeleçam um "diálogo efetivo e inclusivo" para abordar "as demandas legítimas da população".</div>