postado em 07/11/2019 04:15
Dois incidentes expuseram o mal-estar entre os governos de Brasil e Argentina, depois da eleição do peronista Alberto Fernández. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou ontem ao jornal La Nación, de Buenos Aires, que o vice-presidente Hamilton Mourão não participará da posse de Fernández, em 10 de dezembro. ;Uma vez que receba o convite oficial do governo argentino, o presidente da República designará um ministro de Estado como seu representante na cerimônia, mas não será o vice-presidente;, afirmou a assessoria. No fim da tarde, foi confirmado que Osmar Terra, ministro da Cidadania, viajará a Buenos Aires para a cerimônia.Bolsonaro chegou a lamentar o resultado das urnas e descartou parabenizar o argentino pela contundente vitória em primeiro turno. ;Não vou telefonar para ele. Não o felicitarei, nem irei à sua posse. Não haverá represálias, espero manter o comércio;, disse o brasileiro. Bolsonaro ficou visivelmente irritado depois de Fernández se fotografou com assessores homenageando, com um gesto de ;L;, o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
Também ontem, Bolsonaro usou o próprio Twitter para revelar que três empresas multinacionais fechariam suas fábricas na Argentina para se instalarem em território brasileiro, depois da vitória de Fernández. ;MWM, fábrica de motores americanos; Honda, gigante de automóveis; e L;Oreal anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil;, escreveu. ;A nova confiança do investidor gerará mais empregos e um maior giro econômico em nosso país;, acrescentou. As companhias desmentiram o presidente e ele apagou o tuíte. Para o La Nación, Bolsonaro quis destacar a confiança dos investidores estrangeiros e protagonizou um ;papelão;. Por sua vez, o jornal Clarín divulgou que o brasileiro se voltou contra a Argentina novamente e depois se arrependeu.