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Fósseis dão pistas sobre como começamos a andar

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 07/11/2019 04:15
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Fósseis encontrados na Baviera, na Alemanha, podem ajudar a compreender como ancestrais do homem moderno começaram a caminhar. Os restos mortais são de um macaco desconhecido, têm 11,62 milhões de anos e estão bem conservados, o que ajudou os cientistas a chegarem a conclusões apresentadas na edição desta semana da revista Nature.

;Os fósseis compreendem os restos de ao menos quatro indivíduos, com um esqueleto parcial suficientemente completo para descrever, em detalhe, a morfologia dos membros e da coluna vertebral e as proporções do corpo;, explicam, em nota, os autores do artigo, liderados por Madelaine Bôhme, da Universidade de Tübingen.

O macaco foi batizado de Danuvius guggenmosi. Ele tinha braços feitos para pular entre os galhos e membros posteriores morfologicamente adaptados para caminhar, segundo os cientistas. O tórax largo, a coluna lombar longa e quadris e joelhos estendidos, como nos bípedes, também eram adaptações que podem ter facilitado a locomoção bípede.

Pé grande
O animal também tinha um dedo do pé grande, que lhe permitia caminhar sobre a planta dos pés. Para Tracy Kivell, da Universidade britânica de Kent, essa característica sugere que o primata ;pode ter caminhado com os pés planos sobre os galhos;. ;Os membros dessa espécie se deslocavam de uma forma até agora desconhecida;, diz Kivell, que vê nisso ;um bom modelo de possível locomoção para os últimos ancestrais comuns; aos grandes macacos e ao homem.

Embora exista um consenso sobre o fato de que nossos ancestrais ficaram de pé há entre sete e cinco milhões de anos, o ;como; se deu esse processo continua sendo objeto de debate na comunidade científica. Alguns estudiosos consideram que a mudança ocorreu quando eles ainda viviam nas árvores, endireitando-se sobre as duas pernas. Outros defendem que, primeiro, começaram a se deslocar pelo solo a quatro patas e, só depois, ficaram de pé. A descoberta na Baviera reforça a primeira teoria.

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