Agência France-Presse
postado em 07/11/2019 19:13
[FOTO1]O Peru pedirá para o grupo de Lima ser relançado na reunião de chanceleres dos países do bloco que se celebrará nesta sexta-feira no Brasil, em um momento em que o coletivo precisa avaliar seu objetivo de conseguir uma postura comum frente à crise na Venezuela.
Nesse contexto, o governo peruano anunciou nesta quinta-feira (7/11) que o novo chanceler Gustavo Meza-Cuadra participará do evento para "continuar o diálogo sobre a busca de uma solução política e pacífica para a crise na Venezuela".
Não se conhece a proposta, mas o chanceler peruano se referiu a ela em 29 de outubro, durante uma conferência internacional em Bruxelas sobre a Venezuela.
"Temos como objetivo relançar o Grupo de Lima com novas ideias e iniciativas, temos que trabalhar com o Grupo de Contato Internacional", disse então o chefe da diplomacia peruana em declarações rádio RPP que foram reproduzidas pela representação permanentemente do Peru na OEA.
"O grupo de Lima tem que revisar seus postulados porque mudou a correlação interna pelo caso de Argentina", disse à AFP o analista político Alberto Adrianzén, o primeiro a advertir sobre uma possível mudança na posição peruana.
O bloco "já não é esse Grupo de Lima que aplicava a diplomacia do (presidente Donald) Trump na região", disse.
A recente vitória de Caracas nas Nações Unidas, com a eleição da Venezuela como membro da comissão de Direitos Humanos desse organismo internacional contribuiu para reforçar a Maduro.
A isso se soma o retorno ao poder do partido justicialista na Argentina, cuja boa relação com a Venezuela de Maduro remonta há uma década durante os governos de Néstor Kirchner e Cristina Fernández.
Uma nova divisão da oposição venezuelana, uma parte da qual negociou com Maduro, jogou luz sobre o líder opositor Juan Guaidó, que o grupo reconhece como presidente venezuelano.
Outro fator que os países do grupo de Lima revisam é a onda migratória venezuelana, que não para.
"Os erros do regime de Maduro têm gerado muitos problemas nos países da região, como a imigração de quase quatro milhões de pessoas", avaliou o analista.