postado em 08/11/2019 04:06
[FOTO1]Na véspera de o Chile entrar na quarta semana de manifestações contra o governo, o presidente Sebastián Piñera comandou ontem uma reunião do Conselho de Segurança Nacional (Cosena) ; um organismo encarregado de assessorar o presidente. Mais cedo, ele anunciou projetos contra saqueadores e contra protestos violentos, no âmbito de um pacote de medidas para aumentar o controle da ordem pública.
Um dia depois de confrontos, saques e incêndios terem sido registrados no bairro de Providencia, em Santiago, alcançando lugares até então livres de manifestações, Piñera divulgou nove ações para reforçar a segurança, ao mesmo tempo em que propôs dar urgência a um projeto de lei contra ativistas encapuzados que provoquem confusão nas ruas.
O chefe de Estado também prometeu apresentar uma lei ;antissaques; ao Congresso, a qual endurece a punição a esse tipo de delito. ;Estamos convencidos de que esta agenda representa e constitui um aporte significativo e importante para melhorar a nossa capacidade de resguardar a ordem pública;, justificou Piñera, em mensagem transmitida a partir do Palácio de La Moneda, sede do Executivo.
O texto permite combater delitos cometidos por meio de barricadas, entre outras iniciativas. Ele anunciou ainda a criação de uma equipe especial de advogados para tratar dos delitos de desordem, de um estatuto especial para a proteção de policiais e a modernização do sistema nacional de Inteligência.
O Conase tinha se reunido pela última vez em 20 de janeiro de 2014, convocado também por Piñera para analisar a decisão de Haia sobre o conflito com o Peru envolvendo a soberania marítima. A convocação do conselho não foi bem recebida pelos opositores de Piñera. O presidente anunciou ainda a criação de uma equipe especial de advogados para tratar dos crimes de desordem, de um estatuto especial para a proteção de policiais e a modernização do sistema nacional de Inteligência. O chefe do Executivo não fez qualquer nova proposta social ou política para enfrentar a crise, o que despertou fortes críticas na oposição.
;É apagar o fogo com gasolina. O problema é político e o presidente precisa entender isto;, disse o senador da Democracia Cristã Francisco Huenchumilla. ;A convocação do Cosena é o pior sinal que se pode dar à população que exige uma mudança pacífica. Isso favorece o protagonismo dos grupos minoritários violentos, que buscam o confronto;, avaliou o senador do Partido Socialista José Miguel Insulza.