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Sem trégua no Chile

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 09/11/2019 04:07

A chamada ;Marcha dos que sobram; foi palco ontem de violentos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes em Santiago do Chile. Um incêndio, supostamente provocado durante os protestos, destruiu parte do câmpus da Universidade Pedro de Valdivia, na capital. Os carabineiros (a tropa de choque chilena) voltaram a usar gás lacrimogêneo contra a multidão. Na Plaza Italia, um mar de ativistas carregando a bandeira do Chile enviou uma mensagem ao presidente Sebastián Piñera: uma enorma faixa trazia a inscrição ;Praça da Dignidade. Ex-Plaza Italia;.

Depois de três semanas de manifestações pacíficas e de confrontos violentos, grande parte da população chilena continua a pedir correções para a desigualdade social, mas o país assiste, perplexo, ao descalabro social. Os atos de vandalismo liderados por encapuzados, que se sucedem desde 18 de outubro, desinflaram as enormes convocações de protestos. ;Infelizmente, as necessidades das pessoas estão sendo o cavalo de Troia para tudo de ruim que está acontecendo das ruas;, disse Hernán, porteiro de um prédio de Santiago, indignado com a destruição a que assiste diariamente.

O balanço das três semanas de manifestações diárias é de 20 mortos e mais de mil feridos. Os distúrbios afetaram pequenos e médios empresários de uma das economias mais estáveis da América Latina. Uma reforma da Carta Magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), parece ser a principal proposta para sair de uma crise que o governo está determinado a tratar como uma questão de desordem pública.

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