Mundo

Bolívia: Dissenso aparece nas polícias de algumas regiões em meio a protestos

Agência Estado
postado em 09/11/2019 09:43
O dissenso pareceu estar se espalhando nas forças policiais na Bolívia na sexta-feira à medida que lados adversários na contenda política do país sustentaram suas posições após 17 dias de protestos violentos sobre a legitimidade da alegada reeleição do presidente Evo Morales. O ministro da Defesa, Javier Zabaleta, disse que "um motim policial ocorreu em algumas poucas regiões", mas rejeitou a ideia de uma intervenção militar "neste momento". Os resultados contestados da eleição de 20 de outubro precipitaram uma onda de protestos em toda a Bolívia, que resultaram em três mortes e mais de 300 pessoas feridas. Mais cedo na sexta-feira, o líder oposicionista Luis Fernando Camacho prometeu não deixar a capital de La Paz até que Morales aceitasse pessoalmente uma carta de renúncia escrita para ele. Em um evento público separado, Morales repetiu que não vai renunciar. À noite, um pequeno grupo de policiais promoveu uma rebelião na cidade central de Cochabamba, aparentemente demandando a renúncia do seu comandante, que vem sendo acusado de ficar ao lado de apoiadores de Morales durante embates esta semana que deixaram uma pessoa morta e mais de 100 feridas. Os 18 policiais ficaram no telhado de uma unidade de operações táticas especiais, abanando bandeiras e cantando o hino nacional enquanto uma grande multidão de pessoas nas ruas celebrava. Centenas de moradores de outras cidades então clamaram fora de delegacias locais que policiais "seguissem o exemplo". A polícia em Santa Cruz, um enclave da oposição a Morales, fixaram um cartaz na sua delegacia dizendo que estavam em revolta. Autoridades policiais em outras cidades deixaram as ruas e retornaram as suas delegacias, sem explicar por quê. Morales convocou uma reunião de emergência com seus ministros e o alto comando militar para analisar a situação. "Não há qualquer ordem. Não haverá operação militar neste momento. Está descartado", disse Zabaleta, o ministro da Defesa, após a reunião. Mais tarde, Morales foi ao Twitter alertar que "a nossa democracia está sob risco de um golpe de Estado posto em vigor por grupos violentos que estão atacando a ordem constitucional." Seu governo emitiu um comunicado alegando que uma trama da oposição para depor o presidente estava sendo liderada por Camacho e pelo ex-presidente Carlos Mesa, que ficou em segundo lugar na eleição de 20 de outubro. Não houve comentário imediato nem de Camacho nem de Mesa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação