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Itamaraty: É pertinente a convocação de novas eleições gerais na Bolívia

Agência Estado
postado em 10/11/2019 17:59
O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota neste domingo, 10, em que manifesta aprovação à realização de novas eleições presidenciais na Bolívia e cobra "absoluta transparência e legitimidade" no novo pleito. A convocação de novas eleições na Bolívia foi anunciada pelo presidente Evo Morales, neste domingo, em meio a uma onda de protestos após alegações de fraudes nas eleições realizadas em 20 de outubro, em que Evo obteve reeleição. Além disso, Evo anunciou uma mudança total do corpo eleitoral, pouco depois de tomar conhecimento sobre um relatório preliminar da Organização dos Estados Americanos (OEA) que encontrou irregularidades no pleito e recomendou novas eleições. "Decidi renovar o Supremo Tribunal Eleitoral e convocar novas eleições. Todos temos que pacificar a Bolívia", disse Morales em comunicado à imprensa, sem mencionar o relatório da OEA. A comissão de auditoria da OEA apontou que o "processo estava em desacordo com as boas práticas e os padrões de segurança não foram respeitados", segundo o secretário Luis Almagro, em sua conta no Twitter. "Por conta das irregularidades observadas, não é possível garantir a integridade dos dados e dos resultados", disse Almagro. A nota do Itamaraty, ao mencionar o relatório da OEA, afirmou "profunda preocupação" do governo brasileiro "com as graves irregularidades ali apontadas, que desqualificam o pleito e levam à necessidade de convocação de um novo processo eleitoral". O ministério acrescentou que são "legítimas as manifestações do povo" e define como "pertinente" a convocação de novas eleições, "após a constatação das graves irregularidades". "O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo", disse ainda na nota o Itamaraty.

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