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Ex-presidente boliviano Evo Morales denuncia ordem de prisão

Morales, que renunciou neste domingo, afirma que a ordem é ilegal e que "grupos violentos" atacaram sua casa

Agência France-Presse
postado em 10/11/2019 23:19

[FOTO1]O ex-presidente boliviano Evo Morales, que renunciou neste domingo (10/11) pressionado por militares e policiais, denunciou que há uma ordem de "prisão ilegal contra minha pessoa".

"Denuncio ao mundo e ao povo boliviano que um oficial da polícia anunciou publicamente que tem a instrução de executar uma ordem de prisão ilegal contra minha pessoa", tuitou Morales, que anunciou também que "grupos violentos" atacaram sua casa.

O líder cívico direitista Luis Fernando Camacho, que liderou o movimento pela renúncia de Morales, confirmou a ordem de prisão.

"Confirmado! Ordem de apreensão para Evo Morales! A polícia e os militares estão procurando-o no Chapare", uma província do cêntrico departamento de Cochabamba, escreveu Camacho.

"Os militares o tiraram do avião presidencial e (ele) está escondido no Chapare, pegarão ele! JUSTIÇA", acrescentou.

Reações

Os governos de Cuba e Venezuela e o ex-presidente brasileiro Lula chamaram de "golpe de Estado" a renúncia neste domingo de seu aliado Evo Morales na Bolívia, enquanto no outro lado do espectro ideológico dominou a reserva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou a prisão na sexta-feira, se uniu a essas vozes. "Acabo de saber que houve um golpe de Estado na Bolívia e que o companheiro @evoespueblo foi obrigado a renunciar. É lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e com a inclusão social dos mais pobres", tuitou Lula.

"Condenamos categoricamente o golpe de Estado consumado contra o irmão presidente @evoespueblo", escreveu no Twitter o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

"Movimentos sociais e políticos do mundo nos declaramos em mobilização para exigir a preservação da vida dos povos originários bolivianos vítimas do racismo", acrescentou Maduro.

Morales era um dos últimos representantes da "onda bolivariana" que na esteira do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez chegou ao poder em meados de década passada.

Morales, procedente do mundo sindical, era o presidente em exercício com mais tempo no poder na região: 14 anos.

Cuba acusou a direita de ter perpetrado um "violento golpe de Estado". "A direita, com um violento e covarde golpe de Estado, atenta contra a democracia na Bolívia", tuitou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, que pediu uma "mobilização mundial pela vida e pela liberdade de Evo".

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