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Sánchez fecha acordo à esquerda

postado em 13/11/2019 04:06
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Dois dias depois de mais uma eleição sem vencedor claro e sem a perspectiva imediata de que se forme uma maoiria parlamentar, o primeiro-ministo interino da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, anunciou ontem um acordo preliminar com o líder da esquerda radical, Pablo Iglésias, para a formação de um gabinete ;progressista;. O acerto, que vinha sendo buscado desde a eleição de abril, que terminou com o mesmo impasse, é apenas o primeiro passo para que Sánchez seja definitivamente empossado: mesmo com o apoio do Podemos, de Iglésias, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) dependerá dos votos de legendas menores para obter o aval da Câmara.

;Alcançamos um pré-acordo para compor um governo de coalizão progressista na Espanha, que combine a experiência do PSOE com a coragem do Podemos;, disse Iglésias, após a inesperada assinatura do documento, no parlamento. ;Esse vai ser um governo categoricamente progressista;, reforçou Sánchez, determinado a articular a sustentação necessária para os quatro anos da legislatura. ;O país precisa de um governo estável, não interino, e precisa já;, insistiu o premiê.

Embora tenha saído novamente das urnas com a maior bancada, o partido de Sánchez perdeu nas legislativas de domingo três cadeiras, em relação aos resultados de abril. Também o Podemos, que se apresenta coligado à frente de esquerda Unidas, viu sua representação diminuir. Juntos, o premiê e o aliado comandam 155 deputados, e agora vão buscar adesões para fechar os 176 votos necessários para deter a maioria na Câmara, que tem 350 cadeiras.

A preferência inicial do PSOE recai sobre a legenda centrista liberal Cidadãos, que foi a grande derrotada do último domingo. Nos últimos anos, porém, o partido foi taxativo na recusa a um entendimento com a esquerda, em especial com o Podemos. Caso não tenha sucesso, o premiê poderá tentar buscar os votos que faltam entre diversas formações regionais, para evitar a opção de risco de um acordo com os 23 deputados eleitos pelos separatistas catalães.

A principal mudança da última disputa foi a ascensão do Vox, partido populista de extrema direita que saltou de 24 para 52 cadeiras e se firmou como a terceira força política espanhola, atrás do PSOE e do Partido Popular (PP, de direita). Adversário frontal dos separatistas, o líder do Vox, Santiago Abascal, fez campanha defendendo a suspensão do regime de autonomia que vigora na região e a cassação do registro legal dos partidos que proclamam como objetivo a independência.

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