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Embaixador complica Trump

postado em 14/11/2019 04:15
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O primeiro dia de audiências públicas e televisionadas do processo para o impeachment contra Donald Trump foi marcado por um depoimento explosivo, que implica ainda mais o presidente norte-americano na tentativa de pressionar a Ucrânia a investigar o democrata Joe Biden. William ;Bill; Taylor Jr, encarregado de negócios dos Estados Unidos em Kiev, relatou ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes que o magnata republicano se preocupou mais com as ;investigações de Biden; do que com a luta contra a corrupção no país do Leste Europeu.

Os democratas, que controlam a Câmara, acusam Trump de usar a política externa para seu benefício político, usando a assistência militar dos Estados Unidos para pressionar Kiev a abrir uma investigação sobre um suposto caso de corrupção envolvendo Biden e seu filho Hunter, que fez parte do conselho da empresa de gás ucraniana Burisma. Ex-vice-presidente de Barack Obama, Biden é um dos favoritos entre os pré-candidatos democratas para enfrentar Trump nas eleições de 2020. ;Reter assistência militar em troca de ajuda com uma campanha política nacional nos Estados Unidos seria uma loucura;, afirmou Taylor.

Segundo o site The Hill, o alto diplomata dos EUA descreveu uma conversa entre um membro de sua equipe e o embaixador norte-americano na União Europeia, Gordon Sondland. ;O embaixador Sondland telefonou para o presidente Trump e lhe contou sobre seus encontros em Kiev. O integrante de meu gabinete pôde escutar o presidente Trump ao telefone, perguntando ao embaixador Sondland sobre as investigações;, disse Taylor aos congressistas. ;O embaixador Sondland respondeu que Trump se importa mais com as investigações de Biden, as quais (Rudy) Giuliani (advogado do presidente) estava pressionando (a Ucrânia);, acrescentou.

;As principais interrogações da investigação ; se Trump abusou do poder de seu cargo e se essas ações merecem um julgamento político ; devem ser feitas sem rancor, se possível, sem demora, de todos os modos, e sem favorecimento ou preconceito do partido, se formos fiéis às nossas responsabilidades;, declarou o presidente do Comitê, o democrata Adam Schiff. ;Se isso não for uma conduta digna de impeachment, o que é?;, questionou, ao classificar de ;evidentemente muito importante; a informação fornecida por Taylor.

Trump parece ter ficado incomodado com os depoimentos de Taylor e de George Kent, alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano. Disparou mais de 30 tuítes, enquanto a sabatina transcorria no Capitólio. Ao ser questionado sobre os interesses de Giuliani na Ucrânia, Kent respondeu ontem: ;Acredito que ele estava buscando desenterrar a sujeira política contra um possível adversário no próximo ciclo eleitoral;.


;Se isso não for uma conduta digna de impeachment, o que é?"
Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes e democrata, sobre as denúncias de William Taylor

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