postado em 15/11/2019 04:05
[FOTO1]As expectativas da imprensa americana e dos congressistas, em especial os da oposição democrata, se voltam para as audiências de amanhã, na Câmara dos Deputados, no âmbito do inquérito de impeachment aberto contra o presidente Donald Trump. Um funcionário de carreira veterano da seção de Orçamento e Gerência da Casa Branca decidiu desafiar os superiores e se apresentar para depor sobre a denúncia de que o presidente pressionou a Ucrânia para que investigasse o ex-vice-presidente Joe Biden, possível adversário na eleição presidencial de 2020, sob pena de ficar sem ajuda militar dos Estados Unidos. Acompanhando o tom crescente dos ataques desde o início da fase pública das audiências, na última quarta-feira, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, classificou a conduta de Trump no caso como ;chantagem;.
Mike Sandy, o funcionário da Casa Branca que se dispôs a prestar depoimento, é o primeiro integrante de sua seção a atender a uma convocação do Congresso. Antes, o diretor interino Russell Vought e mais dois servidores que ocupam cargos por indicação política haviam seguido a orientação adotada pelo governo Trump e ignorado intimações dos comitês que investigam as ações do presidente. Sandy, que é diretor-assistente para programas de segurança nacional, fez carreira no setor por mais de uma década, servindo a administrações de ambos os partidos.
Coordenados até aqui pelo Comitê de Inteligência, mais cinco painéis da Câmara ; todos com maioria e direção da oposição democrata ; investigam possíveis crimes de abuso de poder e tráfico de influência, por parte de Trump, em um telefonema feito em julho para o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenski. De acordo com transcrições parciais da conversa, entregues pela Casa Branca, o presidente teria condicionado a efetivação de um pacote de ajuda militar à abertura de investigações sobre Joe Biden, vice-presidente nos dois mandatos de Barack Obama (2009-2017), por conta das atividades de seu filho Hunter como conselheiro de uma empresa ucraniana do setor energético.
Comentando ontem o primeiro dia de audiências públicas, na véspera, a presidente da Câmara, que é a política democrata com mais poderes no país, usou o latim para classificar como ;suborno; a pressão exercida por Trump sobre o presidente da Ucrânia. ;E pluribus unum: entre muitos, um só. Quid prom quo: suborno;, disse Pelosi. E essa figura está na Constituição, na parte em que ela trata dos procedimentos para o impeachment (do presidente).; Suborno é um dos únicos dois crimes citados explicitamente no texto constitucional como puníveis com a destituição.
De acordo com Pelosi, os depoimentos de dois diplomatas de alto escalão, na quarta-feira, ;corroboraram as evidências de suborno levantadas pelo inquérito, assim como (as acusações) de que o presidente abusou de poder e violou o juramento (constitucional) ao condicionar a ajuda militar (à Ucrânia) e um encontro na Casa Branca à abertura de investigação sobre um rival político;.
Dois mortos em tiroteio
Dois estudantes de uma escola secundária de Santa Clarita, na Califórnia, morreram ontem depois que um aluno abriu fogo contra os colegas no dia em que completava 16 anos. O atirador, cujo nome não tinha sido revelado até o fim da noite, foi descrito pela polícia como um jovem de origem asiática. Ele se encontrava hospitalizado em estado grave, depois de ter disparado contra a própria cabeça. Imagens da tevê local mostaram ambulâncias e viaturas da polícia de Los Angeles diante da escola Saugus, enquanto os alunos deixavam o prédio, alguns com as mãos para o alto. ;Sempre me preocupei de que algo assim acontecesse;, disse um deles, Denzel Abesamis. ;A direção da escola nos orientou a estarmos sempre atentos para sabermos o que fazer em um incidente com um atirador.;