postado em 18/11/2019 04:15
[FOTO1]Pesquisadores do Instituto Paul Scherrer PSI e do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH), da Suíça, desenvolveram microrrobôs usando materiais que contêm pequenos nanomagnetos, o que amplia a possibilidade de movimentos. Com algumas dezenas de micrômetros de diâmetro, os androides lembram um pássaro de papel feito com origami e se movem sem uma força visível, apenas graças ao magnetismo.
Para a construção do microbord, nome da inovação tecnológica, os pesquisadores fabricaram matrizes de ímãs de cobalto em finas folhas de nitreto de silício. Os nanomagnetos podem ser programados repetidamente, o que resulta em forças diferentes e novos movimentos. Dessa forma, a máquina pode bater as asas, pairar, girar ou escorregar lateralmente.
;Os movimentos executados ocorrem em milissegundos, mas a programação dos nanomagnetos leva apenas alguns nanossegundos. Isso torna possível programar os diferentes movimentos um após o outro, e significa que o pequeno microbird pode primeiro bater as asas, depois, deslizar para o lado e bater as asas novamente. Se necessário, o pássaro também pode parar no meio;, detalha Laura Heyderman, chefe do Laboratório de Experimentos de Materiais Multiescala do PSI e professora de Sistemas Mesoscópicos do Departamento de Materiais da ETH.
Multiúso
Esse novo conceito de robôs inteligentes é um passo importante em direção aos micro e nanorrobôs, que não apenas armazenam informações, como podem ser reprogramados para realizar tarefas distintas. Segundo os especialistas envolvidos no projeto, detalhado na revista Nature, essas máquinas podem ser usadas, entre outras possibilidades, para realizar pequenas intervenções cirúrgicas no corpo humano.
;É possível que, no futuro, uma micromáquina autônoma navegue pelos vasos sanguíneos e realize tarefas biomédicas, como matar células cancerígenas;, aponta Bradley Nelson, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica e de Processos da ETH. ;Outras áreas de aplicação também são concebíveis. Por exemplo, a microeletrônica flexível ou microlentes que alteram suas propriedades ópticas;, diz Tianyun Huang, pesquisador do Instituto de Robótica e Sistemas Inteligentes da ETH.
Também estão previstas aplicações nas quais as características das superfícies mudam. ;Por exemplo, eles podem ser usados para criar superfícies que podem ser umedecidas ou repelir a água;, afirma Jizhai Cui, engenheiro e pesquisador do Laboratório de Sistemas Mesoscópicos da instituição suíça.