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Aval às colônias israelenses

Chefe da diplomacia norte-americana afirma que assentamentos judaicos não ferem direito internacional e nega motivação política. Para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, decisão reflete "uma verdade histórica". UE pede o fim da colonização

postado em 19/11/2019 04:35
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Os Estados Unidos deixaram de considerar contrárias ao direito internacional as colônias israelenses construídas em território palestino. A decisão, anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, diverge da interpretação das Nações Unidas e de grande parte da comunidade internacional. Também foi analisada como um apoio ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Isso porque foi anunciada às vésperas de o centrista israelense Benny Gantz tentar formar um gabinete para substituir o premiê, que luta para se manter no poder depois de não conseguir montar um governo de coalizão.

Mike Pompeo negou a motivação política. ;(A resolução) não está relacionada a nada que tenha a ver com a política interna em nenhum lugar de Israel;, disse. Netanyahu, por sua vez, afirmou que a decisão ;conserta um erro histórico;. ;Essa política reflete uma verdade histórica, que o povo judeu é (formado por) colonos estrangeiros na Judeia e em Samaria. Na verdade, nos chamamos judeus porque somos a gente de Judeia;, afirmou, em comunicado.

A medida reverte uma posição legal tomada pelos Estados Unidos em 1978, no governo de Jimmy Carter. Segundo Pompeo, as declarações sobre os assentamentos na Cisjordânia, capturada por Israel em 1967, têm sido ;inconsistentes;, e a afirmação ;de que o estabelecimento de assentamentos civis é incompatível com o direito internacional não funcionou;. ;A causa da paz não avançou;, disse.

Vetos
Washington sempre costumou vetar as medidas do Conselho de Segurança contra Israel, mas o ex-presidente Barack Obama permitiu, nas suas últimas semanas no cargo, a aprovação da Resolução 2334, que classificou os assentamentos israelenses como uma ;violação flagrante; do direito internacional. De acordo com o secretáro de Estado, agora, os Estados Unidos rechaçam a posição de Obama.

Pompeo também negou que o novo entendimento dê aval a Israel para construir mais assentamentos. A Autoridade Palestina criticou a medida. De acordo com o porta-voz da Presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, Washington não está ;qualificado ou autorizado para anular as disposições do direito internacional e não tem o direito de legalizar as colônias;.

Também em reação contrária, a União Europeia (UE) pediu a ;Israel que ponha fim a toda atividade de colonização, conforme suas obrigações como potência ocupante;. O grupo ressaltou, ainda, que tem posição ;clara e inalterada; sobre o tema. ;Toda atividade de colonização é ilegal em relação ao direito internacional e compromete a viabilidade da solução de dois Estados e as perspectivas de uma paz duradoura, como reafirma a resolução 2334 do Conselho de Segurança das Nações Unidas;, reagiu a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em declaração publicada em Bruxelas.


;Afirmar que o estabelecimento de assentamentos civis é incompatível com o direito internacional
não funcionou. A causa da paz não avançou;

Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano

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