postado em 20/11/2019 04:06
[FOTO1]Estimulado pela decisão do governo de Donald Trump de não mais considerar como violação do direito internacional a colonização judaica na Cisjordânia, o primeiro-ministro interino de Israel, Benjamin Netanyahu, deu sinal verde à bancada governista para acelerar a tramitação do projeto de lei que prevê a anexação definitiva das áreas ocupadas por assentamerntos ; uma área que corresponde a 30% do território palestino, concentrada no fértil vale do Rio Jordão. Com o aval do premiê, o deputado que formulou o projeto negociava ontem o apoio das demais forças políticas para garantir a rápida aprovação do texto, aproveitando a ;janela de oportunidade;.
Netanyahu comemorou a decisão dos EUA no complexo de colônia Gush Etzion, ao sul de Jerusalém, e saudou mais um ;passo histórico; dado pelo governo Trump. No ano passado, o presidente americano transferiu a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital de Israel ; status que não tem aval internacional. Depois, aprovou a anexação das Colinas de Golã, território sírio capturado na guerra de 1967.
Sharren Haskel, do partido direitista Likud, deu entrada no projeto há algumas semanas. Segundo os procedimentos normais, a matéria levaria mais de um mês até entrar na pauta, mas ontem, no dia seguinte ao anúncio feito pelo secretário de Estado Mike Pompeo, o deputado começou a articular o apoio das principais legendas. Entre os partidos procurados está o centrista Azul e Branco, cujo líder, o general reformado Benny Gantz, tem prazo até a noite de hoje para tentar formar o novo gabinete. Haskel se dirigiu também aos nacionalistas do Yisrael Beiteinu, e aos trabalhistas.
;Chamei todos eles a manterem suas promessas e suas palavras e a votar com o Likud pela aplicação da soberania (israelense); à região ocupada pelas colônias na Cisjordânia. ;Temos pela frente uma chance única;, insistiu, refeindo-se à mudança de posição por parte dos Estados Unidos, principais aliados de Israel. ;Não há motivo para que essa lei importantíssma não seja aprovada com uma maioria de 80 parlamentares;, afirmou ; a Knesset (parlamento israelense tem 120 cadeiras.
A virada na diplomacia americana, condenada pelos palestinos e criticada pela Europa e pelas Nações Unidas, coincide com um momento político crucial em Israel. Sem opções para recompor a maioria depois das eleições legislativas de setembro, Netanyahu desistiu de tentar formar o novo gabinete. A missão foi passada para Gantz, que não se opõe à colonização nem fez reservas à proposta da anexação do Vale do Jordão, lançada por Netanyahu durante a campanha eleitoral.
;Lei da selva;
Em Ramallah, sede da Autoridade Palestina (AP), que ten jurisdição sobre a Cisjordânia, o chefe da equipe de negociadores do goveno autônomo, Saeb Erekat, acusou os EUA de ;trocarem o direito internacional pela lei da selva;. ;Os assentamentos coloniais de Israel no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental, não apenas são ilegais, como constituem crime de guerra.;
Estimuladas ou ao menos toleradas pelos diversos governos israelenses desde 1967, as colônias abrigam hoje cerca de 600 mil israelenses, que mantêm convivência tensa com os 3 milhões de palestinos radicados na Cisjordânia. Nos marcos dos acordos de paz de 1993 e 1995, que estabeleceram a AP, o território autônomo foi dividido em áreas distintas. Nos assentamentos e suas imediações, a garantia da segurança cabe ao Exército israelense, que mantém presença e, quando necessário, promove operações de busca e detenção de palestinos suspeitos de ações violentas e terrorismo.
;Chamei todos eles a manterem suas promessas e suas palavras e a votar com o Likud pela aplicação da soberania (israelense). Temos pela frente uma chance única;
Sharren Haskel, deputado israelense, autor do projeto de anexação