Jornal Correio Braziliense

Mundo

Suécia arquiva caso de Assange

A Justiça da Suécia anunciou ontem que vai arquivar o processo por assédio sexual contra o fundados do site WikiLeaks, Julian Assange, acusado de ter atacado uma mulher em 2010. A ordem internacional de prisão expedida contra Assange em 2012 levou o editor australiano a pedir asilo na embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava. Embora sempre tenha negado a acusação, ele temia ser posteriormente extraditado para os Estados Unidos, onde a Justiça pode condená-lo a até 175 anos de prisão por ter divulgado no site documentos sigilosos de política externa e da defesa norte-americana.

Hoje com 48 anos, o australiano foi expulso da representação diplomática equatoriana em abril e agora cumpre pena de 50 semanas de prisão, no Reino Unido, por ter violado as condições de um regime de liberdade provisória ao se refugiar na embaixada. Assange aguarda agora uma audiência, marcada para fevereiro, na qual a Justiça britânica decidirá sobre o pedido de extradição formulado pelos EUA. O governo americano o acusa de ter publicado, em 2010, mais de 250 mil telegramas diplomáticos e meio milhão de documentos sigilosos do Departamento da Defesa sobre atividades militares no Iraque e no Afeganistão.

Ao anunciar a decisão sobre o caso de estupro na Suécia, a procuradora-geral Eva-Marie Persson alegou que havia esgotado ;todos os recursos da investigação;. Embora tenha considerado a vítima ;credível; e suas declarações, ;claras e detalhadas;, a procuradora admitiu que, ao longo dos quase 10 anos de processo, as acusações se tornaram ;menos precisas;. A advogada da acusadora de Assange criticou as audiências iniciais realizadas em 2010, quando sua cliente tinha cerca de 30 anos. ;Se os promotores tivessem transcrito os diálogos em detalhes, teríamos relatos de melhor qualidade e poderíamos usá-los novamente hoje;, lamentou.