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Israel reivindica ataques em ''larga escala'' na Síria

Na terça-feira (19/11), o sistema de defesa antimísseis de Israel interceptou quatro foguetes lançados da Síria "por elementos iranianos" em direção ao norte de Israel, segundo o Exército israelense

Agência France-Presse
postado em 20/11/2019 08:13
[FOTO1]O Exército israelense reivindicou na manhã desta quarta-feira (20/11) uma série de ataques aéreos "em larga escala" contra locais militares na Síria, que mataram pelo menos 11 "combatentes", segundo uma ONG, "em resposta" ao lançamento de foguetes no dia anterior.

Na terça-feira (19/11), o sistema de defesa antimísseis de Israel interceptou quatro foguetes lançados da Síria "por elementos iranianos" em direção ao norte de Israel, segundo o Exército israelense.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que possui uma vasta rede de fontes no país em guerra, registrou os primeiros ataques israelenses de retaliação durante o dia.

Esta manhã, o Exército israelense reivindicou novos ataques "em larga escala" contra posições do regime sírio e das forças iranianas Al-Quds na Síria, país aliado do Irã, o grande inimigo regional de Israel.

"Quem nos atacar nós o atacaremos! Foi o que fizemos hoje à noite contra alvos militares sírios e das forças iranianas Al-Quds na Síria", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, atualmente em negociações intensas para permanecer no poder.

Segundo o Exército, os aviões de combate israelenses atingiram uma "dúzia de alvos militares" na Síria, incluindo armazéns e centros de comando militar.

O OSDH informou, por sua vez, que 11 combatentes, incluindo sete estrangeiros, foram mortos nessas incursões noturnas de Israel.

"Não podemos confirmar se os sete estrangeiros são todos iranianos ou combatentes pró-iranianos de várias nacionalidades", disse Rami Abdel Rahman, diretor da ONG, que também relatou quatro civis feridos.

"Foi breve e muito intenso", declarou à AFP o porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus. "O alvo principal foi ;o prédio de vidro; localizado no perímetro militar do Aeroporto Internacional de Damasco", segundo ele.

"Este é o principal edifício usado pela Guarda Revolucionária (...) para coordenar o transporte de equipamento militar do Irã para a Síria e além", acrescentou.

"Ataque pesado"

Os militares israelenses, que raramente reivindicam ataques em solo sírio, disseram que um "míssil antiaéreo sírio foi disparado antes, apesar dos avisos claros".

De acordo com a agência de notícias síria Sana, a defesa antiaérea respondeu a um "ataque pesado" da força aérea israelense e "abateu" vários mísseis israelenses perto de Damasco. Um correspondente da AFP na capital síria ouviu várias explosões.

[SAIBAMAIS]"Às 01h20 (20h20 no horário de Brasília), aviões militares israelenses dispararam vários mísseis perto de Damasco", disse a Sana, enquanto a agência libanesa ANI evocou "aviões de combate hostis simulando incursões em baixa altitude acima de Tyr", no sul do Líbano.

"Nossa defesa antiaérea respondeu a esse ataque pesado, interceptou mísseis hostis e foi capaz de destruir a maioria desses mísseis", afirmou a agência síria Sana, citando uma fonte militar. Ela não relatou mortes.

O Exército israelense assegurou que os ataques sírios "não provocaram baixas" do lado israelense e que "todos os pilotos retornaram sãos e salvos" à sua base. Mas observou que o poder em Damasco é "responsável" pelas ações em seu solo.

"Estamos prontos para diferentes cenários", disse o Exército israelense, que liderou outro ataque na Síria em agosto para, segundo ele, impedir um ataque com drone que o Irã preparava contra Israel.

"Tudo isso é muito ruim", reagiu o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikha;l Bogdanov. O ataque israelense "contradiz totalmente o direito internacional", julgou.

O Exército israelense realizou na semana passada uma operação contra a Jihad Islâmica em Gaza, enclave palestino de dois milhões de habitantes.

Ao mesmo tempo, um ataque teve como alvo em Damasco a casa de uma autoridade desse grupo armado palestino, Akram Ajouri.

O ataque, atribuído pela Síria a Israel - que não comentou - matou duas pessoas, incluindo o filho de Akram Ajouri, considerado líder do departamento político da Jihad Islâmica.

Após a operação em Gaza contra o comandante Baha Abu al-Ata, a Jihad Islâmica respondeu lançando cerca de 450 foguetes contra Israel, segundo o Exército. O Estado hebraico aumentou o número de ataques contra "alvos" da Jihad Islâmica em Gaza.

Cerca de dois dias depois, oito membros de uma família palestina - um homem, duas mulheres e cinco crianças - foram mortos em uma ataque em Deir al-Balah, no sul do enclave.

No total, esses ataques israelenses em Gaza deixaram 34 mortos e 110 feridos, segundo o ministério da Saúde local.

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