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Violência na Colômbia e toque de recolher

postado em 22/11/2019 04:15
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As maiores passeatas contra as políticas do presidente Iván Duque envolveram, ontem, dezenas de milhares de colombianos, na primeira greve nacional desde a ascensão do direitista ao poder, 15 meses atrás. O variado grupo de entidades organizadoras dos protestos, que inclui sindicatos, estudantes, indígenas, ambientalistas e opositores de Duque, convocou a paralisação nas principais cidades da Colômbia. Na cidade de Cáli, o prefeito Maurice Armitage decretou toque de recolher. ;Notifico a todos os cidadãos que, ante os atos violentos que marcharam a greve nacional em vários pontos de nossa cidade, decidi implementar o toque de recolher a partir das 19h (21h em Brasília). Quem estiver fora de casa poderá ser detido pelas autoridades;, escreveu o político, em sua página no Twitter.

O presidente da Confederação Geral do Trabalho, Julio Roberto Gomez, explicou à agência France-Presse que ;um acúmulo de situações; levou aos protestos. Ele disse esperar que as demandas sejam revistas, em uma ;grande mesa nacional de negociações;, depois da jornada de greve. Até o meio-dia (14h em Brasília), a polícia informou que tudo ocorreu dentro da ;normalidade;, embora existam relatos de confrontos ;isolados; entre agentes dos serviços de segurança e manifestantes encapuzados, além de bloqueios nos sistemas de transporte e ruas de algumas cidades.

As maiores passeatas ocorreram em Bogotá, Barranquilla, Cartagena, Neiva, Bucaramanga e Medellín. Boa parte das empresas, universidades e colégios cancelaram previamente suas atividades. Milhares de estudantes marcharam na capital em direção ao aeroporto internacional. A polícia de choque utilizou bombas de efeito moral para impedir sua passagem, disse um repórter da AFP. O líder comunitário Luís Fernando Arias andou ao lado de dezenas de guardas indígenas que chegaram a Bogotá. ;Esperamos que a violência em nossos territórios cesse;, disse. ;Que não continuem nos matando;.

Iván Duque se prontificou a liderar um posto de comando unificado em Bogotá com o alto comando militar e policial e os ministros da Defesa e do Interior. Na quarta-feira, o presidente reconheceu a legitimidade de algumas reivindicações, mas disse que há uma campanha baseada em ;mentiras; que busca desencadear violência: ;Embora reconheçamos o valor do protesto pacífico, também garantiremos a ordem;.

Em Bogotá, soldados foram enviados para proteger ;instalações estratégicas;, segundo o gabinete do prefeito. A polícia deteve, na terça-feira, duas pessoas por atos violentos em outras manifestações e invadiu cerca de trinta residências, meios de comunicação alternativos e centros culturais.


ONG denuncia
forças chilenas


As forças de segurança chilenas estão cometendo ;ataques generalizados; e usando de força ;desnecessária e excessiva; para punir a população que se manifesta no Chile, denunciou a Anistia Internacional (AI). Nas conclusões preliminares de uma visita de inspeção ao país, a organização afirmou que ;a intenção das forças de segurança chilenas é clara: ferir aqueles que se manifestam para desencorajar o protesto, chegando ao extremo de usar tortura e violência sexual contra manifestantes;. O presidente Sebastián Piñera, em vez de tomar medidas para conter as acusações, ;sustenta sua política de punição;, disse Erika Guevara, diretora para as Américas da AI, que conseguiu documentar 23 casos de violações de direitos humanos em todo o país.


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