Agência Estado
postado em 23/11/2019 08:45
O advogado pessoal do presidente dos EUA, Donald Trump, Rudy Giuliani, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, se falaram em março depois que o assistente pessoal do presidente Trump colocou um representante de Giuliani em contato com o Departamento de Estado, apontam novos documentos, conversas que ocorreram em meio a eventos sob investigação em um inquérito de impeachment da Câmara.
Os documentos, divulgados pelo Departamento de Estado na sexta-feira em resposta a uma ação judicial do grupo de defesa americano Oversight, mostram que Jo Ann Zafonte, assistente de Giuliani, enviou um e-mail a Madeleine Westerhout, assistente pessoal de Trump na época, em 27 de março para pedir informações sobre o contato de Pompeo.
"Desculpe incomodá-lo, mas você poderia me enviar o número acima, procurei em alguns canais regulares, mas não consegui encontrar", escreveu Zafonte, referindo-se a Pompeo.
Westerhout então encaminhou o e-mail de Zafonte a um funcionário do Departamento de Estado e pediu um número para "S", uma referência a Pompeo. O funcionário do Departamento de Estado, cujo nome não foi redigido nos documentos, respondeu a Westerhout com as informações de contato de Pompeo.
Os documentos sugerem que Giuliani e Pompeo já haviam se falado antes desse e-mail, em 26 de março, e posteriormente se falaram novamente em 29 de março. Tanto Giuliani quanto o Departamento de Estado não responderam um pedido de comentário.
As conversas ocorreram em meio a uma pressão de Giuliani e seus associados para remover Marie Yovanovitch, que na época era embaixadora na Ucrânia. Giuliani disse ao The Wall Street Journal em outubro que entregou a Pompeo um documento de nove páginas em 28 de março que incluía alegações de improbidade contra Yovanovitch, incluindo que ela estava "muito perto" de Joe Biden, ex-vice-presidente .
Giuliani e o presidente lideraram um pedido à Ucrânia para investigar Biden e seu filho Hunter - esforços que desencadearam em um processo de impeachment contra Trump.
"Ele me ligou de volta e disse que eles iriam investigar", disse Giuliani em outubro sobre Pompeo. Após ouvir as queixas de Giuliani e outros, que disseram que o embaixador estava obstruindo os esforços para convencer a Ucrânia a investigar Biden, Trump ordenou a remoção de Yovanovitch, informou o jornal americano.
Yovanovitch testemunhou publicamente para os investigadores do impeachment na semana passada de que quando ela foi chamada de volta a Washington em abril, foi informada que o presidente queria que ela fosse removida de seu cargo e que Pompeo não podia mais protegê-la. Ela não foi informada sobre o motivo, mas lhe disseram que "você não fez nada errado", testemunhou.
Os recentes documentos divulgados vêm após a declaração de uma testemunha importante nesta semana, que ligou Pompeo com mais força aos esforços para pressionar a Ucrânia a prosseguir as investigações que Trump estava buscando. Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, disse na quarta-feira ao inquérito da Câmara dos Deputados que enviou e-mails a Pompeo sobre os esforços para convencer o recém-eleito presidente da Ucrânia a se comprometer com as investigações. Ele também disse que Pompeo instruiu outro diplomata sênior a trabalhar com o advogado pessoal de Trump, Giuliani, que estava liderando o esforço.
Fonte: Dow Jones Newswires