postado em 25/11/2019 04:05
[FOTO1]Apenas 10 dias após a inundação que provocou grande devastação e enormes prejuízos, Veneza foi novamente afetada ontem pelas marés altas (Acqua Alta). Imagens de televisão mostraram pessoas na famosa Praça São Marcos, o ponto mais baixo da cidade dos Doges, com água na altura do joelho. Várias regiões do norte da Itália permanecem afetadas pelo mau tempo, que dura cerca de duas semanas. A situação é igualmente preocupante na Riviera Francesa. As chuvas de ;intensidade histórica; deixaram dois mortos e um desaparecido, segundo as autoridades.
Em meio aos transtornos, moradores de Veneza realizaram um ato a favor do coletivo No Grandi Navi (Não aos grandes navios) para denunciar a inação das autoridades às calamidades que ameaçam a cidade, declarada patrimônio mundial da Unesco. Os manifestantes também exigem uma suspensão do projeto Mose (Moisés em português, sigla para Módulo Experimental Eletromecânico), o sistema anti-inundação ainda em construção.
Testes recentes permitiram identificar vibrações e ferrugem, mas, de acordo com o governo, o sistema está ;93% pronto; e será concluído em meados de 2021. O Acqua Alta que atingiu Veneza no último dia 12 teve um pico de 130cm acima do nível médio do mar, nível mais alto registrado desde 1966, que alcançou históricos 187cm.
O mau tempo assola todo o norte da Itália. Piemonte sofreu fortes chuvas, e a situação mais crítica é na região de Alexandria (sul de Turim), onde 200 pessoas tiveram que ser evacuadas e 600 foram isoladas após o transbordamento de vários rios. Segundo a imprensa, uma mulher teria desaparecido. Liguria permanece em alerta vermelho com deslizamentos de terra que causaram o fechamento da rodovia entre Gênova e Ventimiglia, na fronteira francesa.
França
Na Riveira Francesa, a situação é preocupante, sobretudo nos departamentos dos Alpes-Marítimos e Var, atingidos nos últimos três dias por chuvas torrenciais acompanhadas por impressionantes ondas na costa. Ontem, a prefeitura de Var divulgou que dois corpos foram encontrados, um no vilarejo de Le Muy e outro na comuna de Cabasse. Um septuagenário está desaparecido em Saint-Antonin-du-Var, depois de sair de casa sexta-feira à noite. A busca continua.
Em algumas áreas do Var, caiu o equivalente a até três meses de chuva em 24 a 48 horas. Em Roquebrune-sur-Argens, no Var, o rio Argens subiu para mais de sete metros, quebrando recordes de inundações anteriores em 2011. A água entrou em restaurantes e casas.