postado em 29/11/2019 04:16
Se mantida a tendência, 6 milhões de latino-americanos cairão neste ano na vulnerabilidade e na exclusão da pobreza extrema. O alerta partiu de relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), entidade sediada em Santiago do Chile. Segundo o texto, em uma região com 620 milhões de habitantes, entre 2014 e 2019, o número de pobres aumentou em 27 milhões. Além disso, 26 milhões se encontrariam em situação de pobreza extrema.;É a pior situação de exclusão, vulnerabilidade e carência;, disse Lais Abramo, diretora de desenvolvimento social da Cepal. Ela explicou que isso significa que existem mais pessoas em cujos lares a renda per capita não é suficiente para comprar uma cesta básica alimentar. ;É uma situação de extrema vulnerabilidade, as pessoas podem passar de uma situação a outra, caso percam o emprego, enfrentem uma doença catastrófica ou se houver um desastre;, acrescentou.
A situação é justificada pelo fraco desempenho das economias regionais, que este ano devem crescer somente 0,1 ponto percentual; pela carência dos programas efetivos de assistência social; e pela precariedade de empregos. Fenômenos que, de acordo com a Cepal, a América Latina levará anos para reverter.
;A preocupação central é que, para 2019, a perspectiva não é muito positiva; por isso, ligamos o sinal de alerta do que tem que ser feito hoje, a fim de evitar que essa pobreza se acentue, como aumentar as aposentadorias;, afirmou Alicia Barcena, secretária executiva da Cepal.
Desigualdade
De acordo com o relatório, em 2019 o número de pobres aumentaria a 191 milhões, dos quais 72 milhões em situação de extrema pobreza. A quantidade de pobres é 6 milhões maior que os 185 milhões relatados em 2018. Dessa evolução, destaca-se ;o fato de que praticamente todas as pessoas que se somam neste ano à estatística da pobreza são integradas diretamente à pobreza extrema;, acrescenta. Com esse indicador, a taxa de pobreza aumentaria a 30,8% da população da América Latina em 2019, o que equivale a um aumento de 0,7 ponto em relação aos 30,1% de 2018. A pobreza extrema ficaria em 11,5% em 2019, uma alta de 0,8 ponto em relação ao ano anterior.
A pobreza extrema ;afeta principalmente meninos, meninas e adolescentes, mulheres, pessoas indígenas e afrodescendentes, moradores de áreas rurais e desempregados;, resume o documento.