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Década atual deve ser a mais quente da história

postado em 04/12/2019 04:16
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Os sucessivos registros de fenômenos climáticos recordes levam especialistas a considerar que a atual década (2010-2019) será a mais quente da história. A conclusão faz parte de um relatório apresentado ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) na 25; edição da Conferência sobre o Clima (COP25), em Madri. O documento prevê ainda que este ano será o ;segundo ou terceiro mais quente; desde 1850, quando os registros sistemáticos começaram a ser feitos.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), as temperaturas globais superaram, nos primeiros 10 meses deste ano, em 1,1;C a média da era pré-industrial (1850-1900). A entidade estima que as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa provavelmente contribuirão para um novo recorde de concentração de dióxido de carbono (CO2), o que aumentará o aquecimento global.

Relatório divulgado pela OMM no último dia 25 mostra que, em 2018, houve registro recorde de concentração dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera e não há sinais de ;desaceleração visíveis;. No caso do CO2, a concentração na atmosfera foi de 407,8 partes por milhão (ppm), o equivalente a 147% a mais do que o nível pré-industrial de 1750. Os dois outros gases que seguem a lista de concentrações recordes são o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).

Acidificação


Os oceanos, que absorvem parte dos gases do efeito estufa, continuam registrando temperaturas recordes e maior acidificação, um fenômeno que ameaça ecossistemas marinhos dos quais bilhões de pessoas dependem para alimentação ou trabalho. Em outubro, o nível do mar também alcançou um recorde, alimentado sobretudo pelas 329 bilhões de toneladas de gelo derretido na Groenlândia em um ano.

;Mais uma vez, em 2019, os riscos ligados ao tempo e ao clima nos afetaram duramente;, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. ;As ondas de calor e as inundações que antes aconteciam uma vez por século estão se tornando eventos regulares;, advertiu.

Neste ano, foram registradas secas na América Central e na Austrália, ondas de calor na Europa e no Japão, assim como supertempestades no sudeste da África e incêndios devastadores no Brasil e na Califórnia (EUA). Taalas destacou ainda que a pluviometria mais irregular, somada ao crescimento demográfico, representará ;desafios consideráveis em termos de segurança alimentar para os países mais vulneráveis;.



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