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Lances finais para seduzir o eleitorado

postado em 06/12/2019 04:06
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Encerrada a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, voltou ontem a atenção para as eleições legislativas, que ocorrem em uma semana. Na tentativa de conquistar os votos necessários para a permanência do premiê no cargo, os conservadores prometeram ontem virar a página Brexit, mas também reduzir impostos e endurecer as regras migratórias nos seus primeiros 100 dias no poder, caso saiam vitoriosos das urnas.

;Em sete dias, o povo britânico terá que escolher entre uma maioria governamental que funciona ou um Parlamento sem maioria bloqueado;, advertiu Boris Johnson, em comunicado. Johnson fez da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) o principal eixo de sua campanha.

Ontem, mais uma vez, prometeu concretizar o divórcio em 31 de janeiro, a data prevista após três adiamentos. ;2020 será o ano em que finalmente deixaremos para trás as brigas e incertezas relacionadas ao Brexit;, assegurou. Em caso de vitória, Johnson apresentará ;antes do Natal; ao Parlamento o acordo negociado com a UE, que não obteve o consenso antes de sua dissolução. O premiê também planeja apresentar sua agenda legislativa durante o discurso da rainha Elizabeth II, em 19 de dezembro.

Johnson convocou as eleições de 12 de dezembro para retirar o país do impasse político que se seguiu ao referendo do divórcio britânico da UE, em meados de 2016. Embora lidere as pesquisas, o sucesso de sua aposta permanece incerto, ainda que ontem tenha recebido o apoio dos deputados europeus que desertaram do Partido do Brexit.

Menos impostos

Em mais uma investida para seduzir os eleitores, o primeiro-ministro, que ontem fez campanha no centro da Inglaterra, prometeu reduzir os impostos das ;famílias trabalhadoras; no primeiro orçamento pós-Brexit que pretende apresentar em fevereiro. Nos primeiros 100 dias no poder, o governo conservador também quer legislar ; até 22 de março ; para financiar mais escolas e serviços públicos de saúde, introduzir um novo sistema de imigração e endurecer as penas para infrações terroristas.

As promessas foram ridicularizadas pelo Partido Trabalhista, até agora a principal legenda da oposição, que empreende uma campanha de esquerda, prometendo nacionalizações e investimentos em serviços públicos. ;Os conservadores estiveram 3.494 dias no poder e, durante esse período, vimos um número crescente de crianças vivendo na pobreza, de pessoas sem-teto, recorrendo a bancos de alimentos e crimes violentos;, comentou o deputado Andrew Gwynne, denunciando quase uma década de austeridade.

Criticado por sua indecisão sobre o Brexit, o líder trabalhista Jeremy Corbyn prometeu negociar um novo acordo com Bruxelas e submetê-lo a um referendo, dizendo que permaneceria ;neutro; na campanha.


Relações revistas
Os dirigentes da União Europeia querem iniciar o quanto antes as discussões sobre a nova relação comercial com o Reino Unido depois do Brexit, prometido pelo premiê Boris Johnson para 31 de janeiro, caso os conservadores vençam as eleições. Na próxima cúpula europeia, que acontecerá nos próximos dias 12 e 13, em Bruxelas, os chefes de Estado e de governo do bloco pretendem convidar a Comissão Europeia a apresentar ;um projeto de mandato global para uma futura relação com o Reino Unido imediatamente após sua retirada;. Depois de deixar o bloco, os britânicos entrarão em um período de transição até 31 de dezembro de 2020, durante o qual continuarão aplicando as regras europeias e beneficiando-se delas.




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