Agência France-Presse
postado em 10/12/2019 08:24
[FOTO1]A região leste da Austrália, sobretudo Sydney estava coberta nesta terça-feira (10/12) por uma névoa de fumaça tóxicos procedente dos incêndios florestais que pode se tornar mais intensa devido a condições meteorológicas extremas.
Em Sydney, cidade de maior população do país, a fumaça tóxica provocou o disparo dos detectores de fumaça, o que obrigou os bombeiros a comparecer a vários prédios.
A famosa regata Sydney-Hobart foi interrompida por causa das condições climáticas, consideradas muito perigosas.
"A fumaça provocada por todos os incêndios é tão intensa no porto que você não consegue ver nada, então é perigoso demais", declarou Di Pearson, porta-voz da Sydney Solas, que organiza o evento.
Algumas viagens de balsa foram canceladas. No horário de intervalo das aulas, as escolas determinaram que os alunos permanecessem nas salas por causa da contaminação.
A região leste do país sofre há algumas semanas com uma nuvem de fumaça provocada pelos incêndios florestais, que devastam a vegetação há mais de três meses, por culpa da seca.
[SAIBAMAIS]O alcance do fenômeno da fumaça tóxica se agravou nesta terça-feira.
"É a pior que já registramos, com certeza", declarou à AFP Bruce Baker, 82 anos, morador de Gosford, ao norte de Sydney, que desistiu do passeio da manhã devido à poluição.
Os fortes ventos e a temperatura elevada complicam a situação e fazem com que as condições meteorológicas sejam consideradas "extremas".
Os bombeiros das zonas rurais de Nova Gales do Sul afirmaram que a fumaça espessa que cobre o leste do país permitiu, no entanto, "atrasar o agravamento das condições" favoráveis aos incêndios.
"Os ventos cada vez mais fortes, no entanto, podem agravar as condições nas próximas horas", afirmaram os bombeiros.
Nesta terça-feira, o estado de Nova Gales do Sul registrava quase 100 incêndios. O estado de Queensland registrava dezenas.
A temperatura deve superar 40;C em algumas áreas do país nesta terça-feira.
Ao noroeste de Sydney, os vários incêndios florestais, ativos há semanas, se fundiram em apenas um que já devastou 319.000 hectares, principalmente em parques nacionais.
O primeiro-ministro Scott Morrison, que não fez nenhuma declaração sobre a fumaça tóxica que afeta algumas áreas do país há semanas, defendeu a ação do governo para combater as chamas.
Também afirmou que não pretende profissionalizar o corpo de bombeiros, que nas regiões rurais é composto principalmente por voluntários.
"Nossa política é pertinente quando se trata de atuar contra a mudança climática e agir em consequência. Nossas ações em termos de mudança climática dão os resultados esperados", disse.
Ex-comandantes dos bombeiros acusaram o governo de Morrison, conservador e grande defensor da lucrativa indústria de mineração australiana, de não ter levado em consideração suas advertências sobre a mudança climática.
Ao menos seis pessoas morreram desde o início dos incêndios em setembro e quase dois milhões de hectares foram devastadas pelas chamas, o equivalente à metade da superfície da Suíça.