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Bolsonaro "torce pelo país"

Presidente brasileiro prevê que o governo de Alberto Fernández terá dificuldades, mas afirma esperar que o vizinho %u201Cdê certo%u201D e nega recuo por enviar vice à solenidade em Buenos Aires. General Hamilton Mourão expressa desejo de fortes relações bilaterais

Correio Braziliense
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postado em 11/12/2019 04:16
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O presidente Jair Bolsonaro comentou a posse do colega argentino, Alberto Fernández, e destacou que o Brasil não pretende brigar com ninguém. ;Queremos fazer comércio com o mundo todo;, afirmou. Ele admitiu, no entanto, que o peronista deverá ter dificuldades para governar, mas disse torcer pelo vizinho. ;A Argentina também polarizou. Parecido aqui no Brasil. O partido do (ex-presidente Mauricio) Macri fez uma bancada grande. Vão ter probloemas para impor a sua política, no caso de Fernández. Estou torcendo para que a Argentina dê certo. Se bem que os números dizem que vão ter mais dificuldades do que nós;, acrescentou.

Depois de idas e vindas, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, compareceu à cerimônia de posse de Fernández e, pelo Twitter, desejou que ambos os países construam relações melhores. ;Missão cumprida! Depois de representar o governo de Jair Bolsonaro na posse do novo presidente da Argentina, expresso meu desejo de que as relações entre os nossos países sejam cada vez mais fortes, maduras e reciprocamente proveitosas;, tuitou.

;Eu decidi;
Na manhã de ontem, Bolsonaro rejeitou a tese de que o seu governo recuou ao enviar Mourão a Buenos Aires. O Planalto tinha desisitido de enviar um nome do primeiro escalão e, até a tarde de segunda-feira, o escolhido para representar o Brasil na solenidade em Buenos Aires era Sergio Danese, embaixador na Argentina. Antes, Osmar Terra, ministro da Cidadania, tinha sido anunciado. Questionado sobre a mudança de decisão, Bolsonaro disse: ;Foi porque eu decidi;. ;Vocês falam em recuo o tempo todo, como se o governo que dá cabeçada por aí. O recuo... às vezes você toma uma decisão antes de acontecer, né;, afirmou.

O presidente comparou o caso a um jogo de futebol: ;Você vê técnico de futebol, muitas vezes o cara tá ali para entrar em campo, o cara se machuca, não é que errou, aconteceu um imprevisto. E na política tem imprevisto a todo momento;. A decisão pelo envio de Mourão à Argentina ocorreu apenas poucas horas antes da solenidade no Congresso da Nação Argentina.

O governo de Fernández marca o retorno do peronismo ao poder e a derrota de Macri, mais alinhado com Bolsonaro e que tentava a reeleição. A vice-presidente de Fernández é Cristina Kirchner, que governou a Argentina por dois mandatos e foi aliada dos governos petistas. O fato de o novo chefe de Estado ter se deixado fotografar fazendo gesto de ;Lula livre; e comemorando a libertação do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também causou mal-estar no Palácio do Planalto.

Críticas
Bolsonaro e Fernández trocaram farpas durante a campanha eleitoral na Argentina. O brasileiro advertiu que, caso a ;esquerdalha; retorne ao poder (em menção a Cristina Kirchner), o Brasil poderá ter um novo estado de Roraima no Rio Grande do Sul ; alusão aos venezuelanos em fuga do país. Fernández buscou se distanciar de Bolsonaro, ao reitererar que, em termos políticos, ;nada tem a ver; com ele. ;É um racista, um misógino, um violento;, atacou.

O presidente do Brasil chegou a ameaçar abandonar o Mercosul, caso o peronista vencesse as eleições e colocasse entraves à abertura econômica da região. Depois, acenou com o isolamento de Buenos Aires no Mercosul. ;Sabemos que a volta da turma do Foro de São Paulo da Cristina Kirchner pode, sim, colocar em risco todo o Mercosul. E em possivelmente colocando, repito, possivelmente, temos que ter uma alternativa no bolso;, disse.



;Missão cumprida! Depois de representar o governo de Jair Bolsonaro na posse do novo presidente da Argentina, expresso meu desejo de que as relações entre os nossos países sejam cada vez mais fortes, maduras e reciprocamente proveitosas;
Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil


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