Quase 1.900 novas espécie foram adicionadas à Lista Vermelha de risco de extinção, elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). A entidade comunicou o acréscimo de 1.840 espécies de plantas e animais na 25; edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP25), em Madri, e alertou que o aquecimento global representa uma ameaça para esses seres.
;As mudanças climáticas aumentam as múltiplas ameaças que as espécies enfrentam, e devemos agir de maneira rápida e decisiva para enfrentar a crise;, disse Grethel Aguilar, diretor-geral interino da UICN. A entidade destacou o impacto nos peixes de água doce da Austrália, dos quais 37% estão ameaçados. Desse percentual, ;pelo menos 58% são diretamente afetados pelo aquecimento;, segundo Grethel Aguilar.
Um relatório divulgado, em maio, pela plataforma Científica e Política Intergovernamental sobre Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES) mostra que os principais fatores da queda expressiva da biodiversidade são: mudanças no uso da terra ; incluindo agricultura ;, superexploração (caça e pesca), mudança climática, poluição e espécies invasoras, assim como o crescimento demográfico e de consumo.
Com os novos dados, o número de espécies ameaçadas de extinção chega a 30.178. ;A atualização (da Lista Vermelha) mostra que o impacto das atividades humanas na vida selvagem continua a crescer;, ressaltou Jane Smart, chefe do grupo de conservação da biodiversidade da UICN. ;O próximo ano será crítico para o futuro do planeta;, com a celebração do Congresso Mundial da UICN na França, uma cúpula na China sobre biodiversidade e a apresentação de novos objetivos nacionais para combater as mudanças climáticas sob o Acordo sobre Paris, lembrou o especialista.
;Reversível;
O relatório mostra ainda que 10 espécies ; oito de aves e dois de peixes de água doce ; melhorara a posição na lista de ameaçados. Ao todo, a Lista Vermelha, que inclui diferentes níveis de ameaças, inclui mais de 112 mil espécies. Segundo a UICN, o fenômeno é ;reversível;.
;Embora tenhamos testemunhado 73 declínios genuínos de espécies, as histórias por trás das 10 melhorias genuínas provam que a natureza se recuperará se for dada uma chance. A mudança climática está aumentando as múltiplas ameaças que as espécies enfrentam, e precisamos agir com urgência e decisão para conter a crise;, frisou Grethel Aguilar.
Greta no Twitter: ;Pirralha;
Em resposta ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a ativista Greta Thunberg (foto) atualizou a definição de seu perfil no Twitter para ;pirralha;. Pouco antes, ao ser questionado sobre as mortes de dois indígenas no Maranhão em um ataque a tiros, o presidente havia citado a sueca, que tinha criticado o silêncio dos países sobre o assunto. ;Qual o nome daquela menina lá, lá de fora? Tabata, como é? Greta. Já falou que índios estão morrendo porque estão defendendo a Amazônia.
Impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, uma pirralha;, disse Bolsonaro.
No último domingo, um dia após dois indígenas terem sido assassinados no Maranhão, Greta usou a rede social, onde tem 3,1 milhões de seguidores, para se pronunciar sobre o caso. ;Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso;, escreveu. Na tarde de ontem, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que Jair Bolsonaro não foi descortês ;do ponto de vista gramatical; com a ativista. Segundo ele, ;pirralha é uma criança ou pessoa de pequena estatura;.