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Aumentam os apelos para que se evite um fracasso da COP25

Até dia 13/12, aproximadamente 200 países estão convocados a impulsionar o Acordo de Paris

Agência France-Presse
postado em 11/12/2019 17:03
[FOTO1]De Greta Thunberg ao Greenpeace, os apelos para que a comunidade internacional aja imediatamente contra as mudanças climáticas se multiplicaram nesta quarta-feira (11) na COP25, de onde foram expulsos cerca de 300 ativistas após realizarem um protesto.

Até a sexta-feira, cerca de 200 países estão convocados a impulsionar o Acordo de Paris, concluindo aspectos técnicos importantes, como o funcionamento dos mercados de carbono, além de mostrar sua disposição de fazer mais para limitar o aquecimento a menos de %2b2 ;C e, se possível, 1,5 ;C.

Mas a falta de progresso da comunidade internacional diante da emergência climática decretada pelos cientistas e a mobilização dos cidadãos provocaram discursos raivosos e protesto de ativistas em Madri, que fizeram um panelaço em frente ao salão, onde se reúnem delegações dos países participantes.

Após pedirem "justiça climática", 300 manifestantes foram expulsos por seguranças e tiveram retiradas as permissões de acesso ao recinto.

Entre eles estava a diretora da ONG Greenpeace International, Jennifer Morgan, que os acompanhou em "solidariedade" e depois não conseguiu entrar, disse à AFP.

Nós, observadores, "desempenhamos um papel muito importante" nas negociações. "Podemos pressionar e levara a voz dos cidadãos impactados (....) Se não estamos dentro do edifício, não podemos fazê-lo", disse.

Com um discurso firme, Thunberg, nomeada nesta quarta-feira ;Personalidade do ano; pela revista Time, lamentou que "nada esteja sendo feito" e, o que é pior, acusou os países ricos de enganar com metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A maioria dos Estados trabalha com objetivos de redução de emissões de médio prazo. Nesta quarta, a Comissão Europeia apresentou seu Pacto Verde, cuja prioridade é alcançar até 2050 a neutralidade de carbono mediante a redução das emissões de CO2 e a compensação com dispositivos de absorção.

"Um punhado de países ricos prometeu reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em X por cento nesta ou naquela data, ou alcançar a neutralidade do carbono em X anos", afirmou a jovem militante sueca.

"Pode parecer impressionante à primeira vista (...), mas isso não é liderança, é engodo, porque a maioria dessas promessas não inclui a aviação, transporte ou importação e exportação de mercadorias. Em vez disso, incluem a possibilidade de que os países compensem suas ambições fora de suas fronteiras", denunciou, lembrando as disposições do Acordo de Paris.

Thunberg pediu aos países ricos que assumam sua responsabilidade e atinjam a meta de "zero emissões de uma maneira muito mais rápida e depois ajudem os mais pobres a fazer o mesmo".

- Onde estão os adultos? -

Antes de ser expulsa, Morgan também havia comentado sua inquietação.

"Participei da COP durante 25 anos: nunca vi um abismo tão grande entre o que acontece dentro e fora destas paredes", afirmou Jennifer Morgan, diretora do Greepeace International.

"As soluções são acessíveis e estão em nossa cara", acrescentou. "Mas onde estão os líderes, os adultos?", questionou.

"O coração de (o acordo de) Paris continua batendo, não abandonem", implorou.

Dados científicos sugerem que qualquer atraso agravará o aquecimento, com consequências catastróficas para o planeta.

As emissões de CO2 aumentaram 0,6% em 2019 em todo o mundo, de acordo com o balanço anual do Global Carbon Project (GCP).

- Questão de necessidade -

Os dados contrastam com o que, segundo a ONU, teria que ser feito a partir de 2020 para atingir a meta de 1,5;C: reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 7,6% ao ano até 2030.

No ritmo atual, a temperatura mundial poderá aumentar 4; ou 5;C no final do século em comparação com a era pré-industrial.

Na tentativa de impulsionar as negociações, a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, nomeada "facilitadora" na reta final da COP25, afirmou que "não é mais uma questão de ambição". "É uma questão de necessidade. Uma necessidade comum de agir", destacou.

"Se alcançarmos um resultado ruim no final da semana (...), enviaremos um sinal terrível ao mundo", disse Alden Meyer, da União de Cientistas Preocupados, com sede nos Estados Unidos.

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