Agência France-Presse
postado em 13/12/2019 10:37
[FOTO1]O nordeste da Índia viveu nesta sexta-feira (13/12) um novo dia de tensas manifestações para protestar contra a controversa lei que facilita o acesso à nacionalidade indiana.
O movimento, que já deixou dois mortos, protesta contra a chamada Lei de Emenda da Cidadania (CAB), que facilitará o acesso à nacionalidade de migrantes de países vizinhos.
O parlamento indiano aprovou na quarta-feira (11/12) o polêmico projeto de lei que autoriza conceder a nacionalidade indiana a migrantes procedentes de certos países, desde que não sejam muçulmanos.
A lei permitirá ao governo indiano dar a nacionalidade a milhões de migrantes ilegais que entraram na Índia procedentes do Afeganistão, de Bangladesh e do Paquistão antes de 2015, caso não sejam muçulmanas.
Os manifestantes temem que a lei provoque um fluxo migratório de refugiados hindus de Bangladesh para a região.
[SAIBAMAIS]Guwahati, a maior cidade do nordeste da Índia, foi cenário de distúrbios, com estradas bloqueadas por árvores, caixas automáticos vazios e a maioria de postos de gasolina fechados.
As autoridades do estado de Assam anunciaram o corte de internet na cidade.
O pequeno estado de Meghalaya também cortou a internet móvel e impôs toques de recolher em vários bairros de sua capital, Shillong, desde a noite de quinta-feira.
Milhares de pessoas se reuniram na manhã dessa sexta-feira no centro de Guwahati sob o olhar de agentes antidistúrbios, segundo uma equipe da AFP.
Com a piora da situação, centenas de passageiros precisaram ser transportados do aeroporto para a cidade em um ônibus com escolta policial, por estradas em que se queimavam pneus.
O nordeste pobre da Índia, mosaico de povos e etnias, é uma região com frequentes confrontos entre comunidades. A imigração é um tema muito delicado para as comunidades indígenas, em particular pela proximidade de Bangladesh.