Agência France-Presse
postado em 16/12/2019 11:37
[FOTO1]As consultas parlamentares para tentar formar um novo governo libanês foram suspensas nesta segunda-feira (16/12), pela segunda vez em uma semana, em um contexto de tensões e distúrbios crescentes.
O Líbano vive há dois meses ao ritmo de um movimento de protestos sem precedentes contra toda a classe política, a qual os manifestantes acusam de corrupção e incompetência. As manifestações levaram à renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri em 29 de outubro.
Desde então, os partidos políticos tentaram negociar a formação de um novo governo, para desgosto dos manifestantes, que exigem umformado apenas por técnicos externos aos partidos que têm governado o país.
Enquanto isso, a situação socioeconômica continua se deteriorando neste país altamente endividado, com um terço da população abaixo da linha da pobreza.
O presidente Michel Aoun ;respondeu ao desejo do primeiro-minsitro Hariri de adiar as consultas parlamentares até quinta-feira, 19 de dezembro;, informou a presidência nesta segunda-feira no Twitter.
Essas consultas, previstas pela Constituição,foram inicialmente estabelecidas em 9 de dezembro, após várias semanas de atraso que alimentaram a ira nas ruas, antes de serem adiadas por uma semana.
[SAIBAMAIS]Uma das razões para o adiamento seria falta de unanimidade entre os principais blocos políticos sobre uma eventual nova designação de Hariri.
O anúncio do adiamento das consultas ocorreu após um novo dia de luta, com dezenas de feridos perto do Parlamento em Beirute.
A Cruz Vermelha libanesa atendeu 45 pessoas no local do protesto e ;28 foram transportadas para hospitais;, afirmou o diretor Georges Kettané.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o exército libanês deplorou o ;caos generalizado; de domingo, referindo-se a ;atos de vandalismo e ataques a propriedades públicas e privadas;.
Já na noite de sábado, dezenas de pessoas ficaram feridas em Beirute, durante protestos reprimidos pelas forças policiais com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Os incidentes do fim de semana estão entre os mais violentos desde o início do movimento de protesto, há dois meses, e a ministra do interior, Raya Al Hasan, solicitou uma investigação.