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Ultraprocessados são ligados ao diabetes

Correio Braziliense
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postado em 17/12/2019 04:17
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Um estudo divulgado na última edição da revista especializada Jama Internal Medicine mostra que o alto consumo de comidas ultraprocessadas está associado a um maior risco de ocorrência de diabetes. A constatação soma-se aos perigos já previamente conhecidos: de maior vulnerabilidade à obesidade e a doenças cardiovasculares. Também reforça a importância de restrições na ingestão de embutidos, pratos prontos congelados e refrigerantes, entre outros alimentos do tipo.

A equipe concentrou-se no diabetes tipo 2 ; responsável por quase 90% dos casos de diabetes e frequentemente associado à obesidade e ao estilo de vida. Foram analisados dados de 104 mil participantes do estudo NutriNet-Santé, projeto francês que teve início neste ano e tem o objetivo de estudar os vínculos entre nutrição e saúde. Ao combinar as informações da doença metabólica e dos hábitos alimentares, a equipe identificou uma relação significativa entre eles.

;Quanto maior for a proporção de alimentos ultraprocessados na dieta, maior é o risco de diabetes tipo 2. Esses resultados devem ser, porém, confirmados em outras populações e com outros métodos;, ressaltam os autores. A equipe frisa que, com os resultados, não se pode afirmar, com certeza, que o maior risco de diabetes provém apenas da ingestão de alimentos ultraprocessados. ;Mas as associações observadas são fortes o suficiente para justificar outra investigação;, avalia Gunter Kuhnle, professor da Universidade de Reading, na Inglaterra.

Políticas públicas
Medidas tomadas por países preocupados com o aumento da ingestão desses alimentos também são apontadas pelos cientistas como um indicativo de que esse hábito alimentar precisa ser mais investigado. ;O acúmulo de dados sobre esse tema já levou vários países, como França e Brasil, a recomendar que favoreçam os alimentos não processados (...) e se limite o consumo de alimentos ultraprocessados, em nome do princípio de precaução;, afirmam.

Os alimentos são considerados ultraprocessados quando submetidos a um tratamento industrial e contêm muitos ingredientes, incluindo aditivos. Em geral, são mais ricos em sal, gordura saturada e açúcar, mas pobres em vitaminas e fibras. A maioria dos pratos congelados, salgadinhos, temperos prontos, macarrão instantâneo e sorvetes são exemplos com alto consumo entre a população.





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